TENDO EM VISTA A TRADIÇÃO DO “JOGO DA IMPOSSIBILIDADE DO DRAMA” (EXPRESSÃO CUNHADA POR PETER SZONDI), INICIADA POR LUIGI PIRANDELLO NA HISTÓRIA DO TEATRO MODERNO, ESTA COMUNICAÇÃO PRETENDE COTEJAR DUAS PEÇAS TEATRAIS A FIM DE INVESTIGAR EM QUE MEDIDA AS INFLUÊNCIAS DO DRAMATURGO ITALIANO SE FAZEM SENTIR. OS DOIS TEXTOS DRAMÁTICOS ESCOLHIDOS SÃO O MEU CASO, DO PRESENCISTA JOSÉ RÉGIO, E EL SUEñO DE LA VIDA, DO POETA ESPANHOL FEDERICO GARCÍA LORCA. O DIÁLOGO ENTRE AS PEÇAS PARECE GANHAR FÔLEGO NA MEDIDA EM QUE AMBAS SE VALEM DA LINGUAGEM METATEATRAL PARA PÔR EM CENA PERSONAGENS-ATORES INCAPAZES DE DESEMPENHAR SEUS PAPÉIS, ALÉM DE APRESENTAREM PROFUNDAS INDAGAÇÕES A RESPEITO DO ESTATUTO DE REALIDADE DA PRODUÇÃO TEATRAL E SOBRE O PAPEL DO PÚBLICO ENQUANTO CONSUMIDOR DO ESPETÁCULO, NUANCES MARCANTES DA PEÇA SEIS PERSONAGENS À PROCURA DUM AUTOR (1921). TEREMOS COMO DIRETRIZ TEÓRICO-CRÍTICA OS APONTAMENTOS DO HÚNGARO PETER SZONDI SOBRE O TEATRO DE PIRANDELLO EM TEORIA DO DRAMA MODERNO (2001), BEM COMO ANÁLISES-CRÍTICAS QUE ENFATIZEM ESSE CARÁTER DISTINTIVO NAS DUAS PRODUÇÕES CITADAS. ESPERAMOS DEMONSTRAR COMO O TEATRO MODERNO FEITO POR GARCÍA LORCA E POR JOSÉ RÉGIO FAZ USO DAS RENOVAÇÕES FORMAIS PROPOSTAS POR PIRANDELLO PARA DAR AO TEATRO MODERNO A SUA PRÓPRIA CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL.