ESTE TRABALHO PROPÕE UMA LEITURA COMPARADA ENTRE OS LIVROS CADERNO DE MEMÓRIAS COLONIAIS, DE ISABELA FIGUEIREDO (2018) E RACISMO EM PORTUGUÊS: O LADO ESQUECIDO DO COLONIALISMO, DE JOANA GORJÃO HENRIQUES (2017), ENFATIZANDO O QUE A PRIMEIRA NARRA EM SUAS MEMÓRIAS COM RELAÇÃO AO RACISMO PERPETRADO PELOS COLONIZADORES PORTUGUESES CONTRA OS MOÇAMBICANOS DURANTE O PERÍODO COLONIAL, TESTEMUNHADO POR ELA – MOÇAMBICANA DE NASCIMENTO, BRANCA, FILHA DE PORTUGUESES, TENDO VIVIDO EM MOÇAMBIQUE DESDE O NASCIMENTO, EM 1963, ATÉ O ANO DE 1975, QUANDO, AOS DOZE ANOS DE IDADE, VOLTA SOZINHA PARA PORTUGAL, NA CONDIÇÃO DE RETORNADA – ESTABELECENDO UM PARALELO COM O QUE REGISTRA A SEGUNDA, EM SEU LIVRO ESPECÍFICO SOBRE O TEMA, NO QUAL, ESTA, JORNALISTA PORTUGUESA BRANCA, MOTIVADA PELA REVOLTA AO VER O TRATAMENTO RACISTA DOS PORTUGUESES BRANCOS COM OS PORTUGUESES NEGROS AINDA CORRENTE NA ATUALIDADE, PESQUISOU E ESCREVEU SUA REFERIDA OBRA, QUE ABRANGE O RESULTADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS COM SUAS PRÁTICAS RACISTAS DE IMENSA VIOLÊNCIA (“ESQUECIDA” EM SEU PAÍS) NAS CINCO NAÇÕES AFRICANAS QUE FORAM COLÔNIAS PORTUGUESAS. NESTE ESTUDO, ENFOCAREMOS MOÇAMBIQUE, PARA COMPARAR À OBRA DE FIGUEIREDO, SALIENTANDO DEPOIMENTOS ATUAIS DE MOÇAMBICANOS, ESPECIALMENTE DOS QUE, ASSIM COMO FIGUEIREDO, VIVENCIARAM A COLONIZAÇÃO E TESTEMUNHAM COMO O RACISMO FOI INSTRUMENTO PORTUGUÊS DE DOMINAÇÃO EM SUA TERRA E SUAS CONSEQUÊNCIAS, COM ÊNFASE NA ENTREVISTA COM A ESCRITORA PAULINA CHIZIANE E EM SEU TEXTO DE APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE FIGUEIREDO, O QUAL, TAL COMO A OBRA QUE ABRE, ENFATIZA AS BASES RACISTAS E PATRIARCAIS DO COLONIALISMO, ALÉM DO QUE OBSERVAM O TAMBÉM ESCRITOR UNGULANI BA KA KHOSA E OUTRAS PERSONALIDADES MOÇAMBICANAS QUE REMETEM À CONTEMPORANEIDADE DE SEU PAÍS NO QUE TANGE AO QUE RESULTOU DE UM PASSADO COLONIAL FORJADO PELO “RACISMO EM PORTUGUÊS”.