NO POEMA “OS FANTASMAS INQUILINOS”, DO LIVRO HOMÔNIMO DE 2005, DANIEL JONAS APRESENTA UMA REFLEXÃO SOBRE A COMPLEXA E AGÔNICA CONVIVÊNCIA ENTRE POETAS E POÉTICAS AO LONGO DO TEMPO DE QUE SE FAZ A POESIA. A PARTIR DA IMAGEM DOS COÁGULOS A OBSTRUIR A CIRCULAÇÃO DO SANGUE QUE ALIMENTA A VIDA DO POEMA, PODEMOS ENTENDER QUE É ESTE PONTO FUNDAMENTAL PARA JONAS REFLETIR ACERCA DO LUGAR DA TRADIÇÃO E DE SUAS VOZES FANTASMAGÓRICAS. ENTRE OS MUITOS FANTASMAS INQUILINOS QUE HABITAM OS VERSOS DO AUTOR, FERNANDO PESSOA CERTAMENTE É UM INTERLOCUTOR A SE NÃO IGNORAR, SOBRETUDO LEVANDO-SE EM CONTA A PROEMINÊNCIA DE NOMES DAS LITERATURAS DE LÍNGUA INGLESA A FORMAR A TRADIÇÃO DE JONAS, MOTIVO QUE TAMBÉM AJUDA A ESCLARECER A AFINIDADE COM A FIGURA DE PESSOA. PARA DESENVOLVER A PRESENTE PROPOSTA DE COMUNICAÇÃO, PROCEDEREMOS A UMA APRESENTAÇÃO DO PENSAMENTO POÉTICO DE DANIEL JONAS, ESSENCIALMENTE ATENTANDO PARA A NOÇÃO DE TRADIÇÃO E DE INFLUÊNCIA, PARA, NA SEQUÊNCIA, ESTABELECER ALGUMAS PONTES PRODUTIVAS ENTRE POEMAS DO POETA NOSSO CONTEMPORÂNEO COM A MODERNA POÉTICA PESSOANA, SOBRETUDO A PARTIR DE EXEMPLOS COLHIDOS NOS CONJUNTOS OS FANTASMAS INQUILINOS, SONÓTONO, BISONTE E NÓ. IMPORTA-NOS, PORTANTO, VER COMO A VOZ E O PENSAMENTO DE FERNANDO PESSOA CONTRIBUEM NÃO SÓ PARA SEDIMENTAR AS POÉTICAS SURGIDAS DESDE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX, MAS TAMBÉM COMO PONTO DE INFLEXÃO INCONTORNÁVEL PARA A POESIA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA, AQUI REPRESENTADA PELA SINGULAR POÉTICA DE DANIEL JONAS.