UM ASSUNTO QUE DESPONTA DESTAQUE NA ESCRITA LITERÁRIA PÓS-MODERNA DE PORTUGAL É A INDAGAÇÃO SOBRE O QUE É SER PORTUGUÊS A PARTIR DO FIM DO SÉCULO XX, APÓS TANTOS “TRAUMAS”, UMA VEZ QUE O PAÍS JÁ NÃO ERA MAIS O GRANDE IMPÉRIO COLONIZADOR DE OUTROS TEMPOS. A ABERTURA POLÍTICA TROUXE TAMBÉM CONSEQUÊNCIAS NA POTENCIALIDADE DE TEMAS LITERÁRIOS, COMO O LIVRE-ARBÍTRIO NA EXPRESSÃO E O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO. ISSO PERMITIU A CRIAÇÃO DE UM OLHAR REVISOR PELA ÓTICA DA FICÇÃO A RESPEITO DOS TRAUMAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS GERADOS PELA GUERRA COLONIAL COLOCADOS, PERTINENTEMENTE, NA LITERATURA DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES E DE ISABELA FIGUEIREDO, POR EXEMPLO. O PRIMEIRO APONTA PARA ESSE OLHAR REVISOR DA PÁTRIA POR MEIO DA IRONIA E DA DESCONSTRUÇÃO DE FIGURAS EMBLEMÁTICAS DA HISTÓRIA LUSITANA EM AS NAUS (1988). JÁ A SEGUNDA, DIRECIONA ESSE OLHAR REVISOR PARA A VERTENTE MEMORIALÍSTICA DA AUTOFICÇÃO EM CADERNO DE MEMÓRIAS COLONIAIS (2018). ASSIM, NA COMUNICAÇÃO QUE SE PROPÕE, APRESENTAREMOS COMO ESSES AUTORES, CADA UM AO SEU MODO, IMBUÍDOS DE UM PENSAMENTO LITERÁRIO QUE REFLETE O CENÁRIO CAÓTICO E COMPLEXO PÓS-MODERNO, SOUBERAM SITUAR UM DIÁLOGO ACENTUADO COM O DISCURSO HISTÓRICO E PROBLEMATIZADOR QUANTO AOS CAMINHOS TRILHADOS PELA PÁTRIA DE CAMÕES E FERNANDO PESSOA, INTERROGANDO-A, CRITICAMENTE, PELA VISÃO REAVALIADORA DA LITERATURA PÓS-MODERNISTA NAS OBRAS MENCIONAS. CITAREMOS COMO APARATO TEÓRICO ANA PAULA ARNAUT (2016, 2009), CARLOS REIS (2004), JACQUES LE GOFF (2013), LINDA HUTCHEON (2000, 1991), MARIA ALZIRA SEIXO (2002), TÉRCIA COSTA VALVERDE (2017), ENTRE OUTROS.