AS OBRAS DO ESCRITOR PORTUGUÊS EÇA DE QUEIRÓS O PRIMO BASÍLIO (1878) E O CRIME DO PADRE AMARO (1880) FORAM ANUNCIADAS COMO PERTENCENTES AO REALISMO-NATURALISMO, PORÉM MESMO COM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DESTE MOVIMENTO, O ESCRITOR IMPLÍCITO SUBVERTE OS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS E IDEOLÓGICOS DESTA ESCOLA LITERÁRIA. NESSAS OBRAS, HÁ A PRESENÇA DE DUAS PERSONAGENS FEMININAS MARCANTES, LUÍSA E AMÉLIA, A PRIMEIRA MANTÉM UM ROMANCE EXTRACONJUGAL COM O PRIMO; E A SEGUNDA TEM UM RELACIONAMENTO COM UM PADRE. AMBAS SÃO VÍTIMAS DA SOCIEDADE E TÊM A MORTE COMO DESTINO. TAIS RELACIONAMENTOS SÃO MOTIVADOS PELA SEXUALIDADE E, PELOS ESTUDOS DA PSICANÁLISE, O MAL É UMA PULSÃO INERENTE AO SER HUMANO, UMA VEZ QUE AS RESPECTIVAS PERSONAGENS CRIADAS POR EÇA DE QUEIRÓS SÃO DESENVOLVIDAS POR ESTE PRISMA. O MAL É REPRESENTADO QUANDO O AUTOR NOS MOSTRA FIGURAS HUMANAS COM UMA PERDA DE CONTROLE DA RAZÃO E CONSEQUENTEMENTE DA CONSCIÊNCIA DO HOMEM VIRTUOSO. DESTA FORMA, ESTE ARTIGO PROPÕE ANALISAR SE O AUTOR IMPLÍCITO UTILIZA A PULSÃO DO MAL COMO PRINCÍPIO MOTOR EM SUA NARRATIVA. LOGO, BUSCAMOS VERIFICAR SE ESSAS OBRAS POSSUEM CARACTERÍSTICAS QUE NÃO SÃO PRÓPRIAS AO REALISMO-NATURALISMO. PARA O DESENVOLVIMENTO DESTE TRABALHO ACERCA DOS ESTUDOS QUEIROSIANOS E DAS SUAS RELAÇÕES COM A PSICANÁLISE UTILIZAREMOS SERGIO NAZAR DAVID (2007).