O OBJETO DE LEITURA DESTE TEXTO É O ROMANCE A MANTA DO SOLDADO (2003), DA ESCRITORA PORTUGUESA LÍDIA JORGE. NELE ESTÁ CONTEMPLADA A CONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO MARCADO PELAS CONTRADIÇÕES DECORRENTES DA HISTÓRIA DA ASCENSÃO E DERROCADA DE UMA PECULIAR CASA RURAL PORTUGUESA. TAIS DISCURSOS ENSEJAM A PRESENÇA DE VOZES TRANSGRESSORAS QUE PASSAM A DENUNCIAR TUDO AQUILO QUE SERVE DE ATRASO E EMPECILHO PARA A AFIRMAÇÃO DA ALTERIDADE. NESTE SENTIDO, NOSSO PROPÓSITO É ANALISAR, NA ALUDIDA OBRA, A PRESENÇA DE DISCURSOS TRANSGRESSORES QUE SE COLOCAM ENTRE O EMBATE DE DUAS FORÇAS – TRADIÇÃO E RUPTURA -, CONSTITUINDO-SE, ESTES DISCURSOS, EM VERDADEIRAS ARMAS DE COMBATE. PARA TANTO, TRATA-SE DE UMA PESQUISA DEDUTIVA, DE CUNHO QUALITATIVO, TENDO COMO PRINCIPAIS SUPORTES TEÓRICOS WLADIMIR KRYSINSKI (2007), COM SEU LIVRO “DIALÉTICAS DA TRANSGRESSÃO”, CUJAS REFLEXÕES SOBRE O TEMA PROPOSTO PARA ANÁLISE EXPRESSAM SUA RELEVÂNCIA; CARLOS FELIPE MOISÉS (2012) E SUA OBRA “TRADIÇÃO & RUPTURA: O PACTO DA TRANSGRESSÃO NA LITERATURA MODERNA”, PARA QUEM O DISCURSO LITERÁRIO É PRENHE DE VOZES TRANSGRESSORAS. ALÉM DESTES DOIS TEXTOS, LANÇAREMOS MÃO, TAMBÉM, DAS LEITURAS DE MICHEL FOUCAULT, A ESSE RESPEITO, EM SEU “PREFÁCIO À TRANSGRESSÃO”, QUE NOS BRINDA COM PRODIGIOSAS COLOCAÇÕES SOBRE A TRANSGRESSÃO SOBRETUDO QUANDO A REMETE À NOÇÃO DE LIMITE.