ESTE ARTIGO ABORDA O ESPAÇO, A MEMÓRIA E A IDENTIDADE NO ROMANCE CADERNOS DE MEMORIAIS COLONIAIS (2009) DA ESCRITORA MOÇAMBICANA, RESIDENTE DESDE ADOLESCENTE EM PORTUGAL, ISABELA FIGUEIREDO (1963 – ). O ESPAÇO É OBSERVADO POR MEIO DA GEOGRAFIA HUMANISTA CULTURAL, QUE SE VALE DO OLHAR FENOMENOLÓGICO PARA ENTENDER A RELAÇÃO DO SUJEITO COM O MEIO. AGREGADAS AO ESPAÇO, REALÇAMOS AS CATEGORIAS DE MEMÓRIA E IDENTIDADE, A FIM DE DESTACAR COMO E POR QUÊ A NARRADORA FAZ O EXERCÍCIO DE RECORDAR, ISTO É, DE RESGATAR DAS ESQUINAS DA MEMÓRIA A RELAÇÃO CONTRADITÓRIA DELA COM O PAI PORTUGUÊS, COM A SOCIEDADE MOÇAMBICANA-PORTUGUESA E COM OS ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS QUE VIVENCIARA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA EM AMBOS OS PAÍSES, FORMANDO ASSIM UMA IDENTIDADE CINDIDA. PARA TRATAR DESSAS TEMÁTICAS NA OBRA LITERÁRIA, VALEMO-NOS DO MÉTODO QUALITATIVO BIBLIOGRÁFICO, DIALOGANDO COM DARDEL (2011), RELPH (2012) E TUAN (2013) NA CATEGORIA DE ESPAÇO E FENOMENOLOGIA; RICOEUR (2007), BRAUNSTEIN (2009) E POLLAK (1992) NA DE MEMÓRIA; E HALL (2015) E GUIBERNAU (1997) NA DE IDENTIDADE. RESULTADOS DA NOSSA PESQUISA APONTAM PARA A CONSTATAÇÃO DO FORTE TEOR CRÍTICO DO ROMANCE EM DESTAQUE, QUE, POR MEIO DA NARRADORA E DA NARRATIVA, PROBLEMATIZAM ACERCA DA CONDIÇÃO EXISTENCIAL DO INDIVÍDUO CONTEMPORÂNEO, OU SEJA, DO INDIVÍDUO QUE BUSCA INCESSANTEMENTE SEU LUGAR NO MUNDO.