OS SERMÕES TRATADOS NESTE TRABALHO APRESENTAM UM AUTOR. MUITO MAIS, OS SERMÕES ANALISADOS FORAM SELECIONADOS PARTINDO-SE, ESPECIALMENTE, DE UMA PREMISSA: SEREM OBRA DE UM AUTOR ESPECÍFICO, ANTONIO VIEIRA. É INEGÁVEL QUE A NOÇÃO DE AUTOR E DE SUJEITO ESTÃO ATRELADAS IRREMEDIAVELMENTE. INCLUSIVE, O QUE O SENSO COMUM ENTENDE POR AUTORIA VINCULA-SE DIRETAMENTE À CONCEPÇÃO DE SUJEITO PÓS-ILUMINISTA, JÁ IMBUÍDO DE INDEPENDÊNCIA E AUTO-CENTRAMENTO, COM O COMPROMISSO INALIENÁVEL DA AUTENTICIDADE E DO INEDITISMO. PROPOMOS, ENTÃO, REFLETIR SOBRE A NOÇÃO DE AUTORIA NA OBRA DE PADRE ANTONIO VIEIRA TENDO EM VISTA UMA PRODUÇÃO TEXTUAL SEISCENTISTA CONFESSIONAL, MISSIONÁRIA, SACERDOTAL, EM QUE NEM A NOÇÃO DE SUJEITO, NEM A DE AUTOR LITERÁRIO CONTEMPORÂNEAS SE ADEQUAM PLENAMENTE AO CONTEXTO SÓCIO-POLÍTICO DO SÉCULO XVII. COMO GUIAS PRINCIPAIS DA ANÁLISE, SEGUIMOS O PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT EM DIÁLOGO COM WALTER BENJAMIN, ANTONIO CANDIDO E JOÃO ADOLFO HANSEN. REFLETIMOS, AINDA, SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM PARA A TEOLOGIA HUMANISTA QUE INSPIRAVA OS JESUÍTAS SEISCENTISTAS, E O PRÓPRIO PADRE ANTONIO VIEIRA, OBSERVANDO O QUANTO O EXERCÍCIO IDEAL E MAIS PERFEITO POSSÍVEL DE PORTA-VOZ DA PALAVRA DE DEUS SE FAZ PRESENTE NOS SERMÕES PROFERIDOS E, DEPOIS DE UMA VIDA, FINALMENTE ESCRITOS PELO INFLUENTE SERMONISTA.