INÊS PEDROSA COMPÕE O TIME DOS CONSAGRADOS ESCRITORES JORNALISTAS QUE EMERGEM NA SOCIEDADE PORTUGUESA A PARTIR DA DÉCADA DE NOVENTA. A SUA ESCRITA, DIFERENTEMENTE DA LITERATURA PRODUZIDA NA DÉCADA DE OITENTA POR ANTÓNIO LOBO ANTUNES E LÍDIA JORGE, NÃO ESTÁ DIRECIONADA, EXCLUSIVAMENTE, ÀS LEMBRANÇAS DA GUERRA COLONIAL OU DA REPREENSÃO DITATORIAL, MAS, SIM, CONFORME ENFATIZA MIGUEL REAL (2012), CENTRADA NO TEMPO PRESENTE, NOS PROBLEMAS E CONFLITOS DA ATUALIDADE, OU SEJA, A REFERIDA AUTORA VISLUMBRA EM SEUS REGISTROS ROMANESCOS, A SOLIDÃO DOS SUJEITOS, A VULNERABILIDADE E A EFEMERIDADE DOS LAÇOS HUMANOS E, SOBRETUDO, A TEMÁTICA AMOROSA FRACASSADA, DESTRUTIVA E FATAL. DESSE MODO, O NOSSO PROPÓSITO É DISCUTIR SOBRE OS VÍNCULOS FAMILIARES TÓXICOS E INIBIDORES QUE INFLUENCIAM, DIRETA OU INDIRETAMENTE, NO MODO COMO A PERSONAGEM PEDRO, DO ROMANCE OS ÍNTIMOS (2010), CONDUZ A SUA VIDA AMOROSA, AFETIVA. ASSIM, COM O INTUITO DE FUNDAMENTAR ESSE ESTUDO, UTILIZAMOS COMO APORTE TEÓRICO E METODOLÓGICO OS PRESSUPOSTOS DE PLATÃO (2002), STENDHAL (2007), ZYGMUNT BAUMAN (2004), ANTHONY GIDDENS (1993), PIERRE BOURDIEU, (2003), ENTRE OUTROS. NO QUE CONCERNE AOS RESULTADOS, PERCEBEMOS QUE AS VIVÊNCIAS ÍNTIMAS E AFETIVAS VIVENCIADAS PELA PERSONAGEM PEDRO NÃO SE CONCRETIZAM, HAJA VISTA QUE, A PERSONAGEM É ATORMENTADA PELO DESALENTO, PELO MEDO DA ENTREGA. OU SEJA, PEDRO NUNCA EXPERIMENTOU O ATO DE FUNDIR-SE AMOROSAMENTE OU SEXUALMENTE COM ALGUÉM DE CORPO E ALMA. É UM HOMEM CASTO, PETRIFICADO, DOMINADO PELO AUTORITARISMO MATERNAL.