DO FINAL DO SÉCULO XIX AO INÍCIO DO XX, A EUROPA FOI PALCO DE DIVERSAS EXPERIMENTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE VISAVAM ROMPER COM O CONCEITO TRADICIONAL DE ARTE QUE SE TINHA ATÉ ALI E FUNDARAM, PARA ISSO, NOVAS PROPOSTAS DE VANGUARDA. UMA DELAS FOI O EXPRESSIONISMO, QUE, INSPIRADO PELAS PINTURAS DE ARTISTAS COMO EDVARD MUNCH E VINCENT VAN GOGH, PRESTIGIOU A SUBJETIVIDADE E MERGULHOU NA CRISE DA MODERNIDADE, EXPRESSANDO O DESESPERO E A ANGÚSTIA DO HOMEM EUROPEU MODERNO. O EXPRESSIONISMO CRESCEU NA ALEMANHA APÓS A DEVASTAÇÃO CAUSADA PELA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL E SE TORNOU UM REFERENCIAL ESTÉTICO E ÉTICO, INFLUENCIANDO MUITOS OUTROS ARTISTAS, MAS FOI QUASE INEXISTENTE NAS ARTES PORTUGUESAS, COMO EXPLICA EDUARDO LOURENÇO, QUE DEDICOU UM CAPÍTULO DO SEU LIVRO A NAU DE ÍCARO À ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES EXPRESSIONISTAS NA CULTURA PORTUGUESA. APESAR DISSO, LOURENÇO ENCONTRA INFLUÊNCIAS EXPRESSIONISTAS PRINCIPALMENTE NA LITERATURA DE RAUL BRANDÃO, E PARTE DE SUA OBRA HÚMUS PARA IDENTIFICAR O QUE CHAMOU DE “EXPRESSIONISMO À PORTUGUESA”. MARIA JOÃO REYNAUD TAMBÉM REAFIRMA A VISÃO EXPRESSIONISTA DE MUNDO PRESENTE NAS OBRAS BRANDONIANAS, ESPECIALMENTE EM HÚMUS. SABENDO DISSO, O PRESENTE TRABALHO PROPÕE UMA LEITURA DE HÚMUS QUE OBJETIVA ANALISAR EM QUE MEDIDA A OBRA DIALOGA COM A PINTURA EXPRESSIONISTA E COMO RAUL BRANDÃO UTILIZA FUNDAMENTALMENTE DUAS CORES PARA EXPRESSAR, COMO SE PINTASSE, A INSIGNIFICÂNCIA E A TRANSFORMAÇÃO DE UMA VILA ATRAVÉS DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS.