EM PORTUGAL, NO REGIME POLÍTICO DITADOR DE ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR (1889-1970), AS ALIANÇAS ENTRE A IGREJA E O ESTADO SE FORTALECERAM. UM IMPORTANTE DESTAQUE DO PERÍODO DO SALAZARISMO, TAMBÉM CONHECIDO COMO ESTADO NOVO (1933-1974) É O RECONHECIMENTO OFICIAL DAS “APARIÇÕES DE FÁTIMA” (1917). NATÁLIA DE OLIVEIRA CORREIA (1923-1993) É UMA DAS ESCRITORAS PORTUGUESAS DESTE PERÍODO. EM SUA ESCRITA, A AUTORA RIDICULARIZA O USO POLÍTICO DA RELIGIÃO E O REGIME DITADOR CASTRADOR DO LIVRE-PENSAMENTO. NA OBRA A PÉCORA (1983), A ESCRITORA NATÁLIA CORREIA AFRONTA, COM HUMOR E DE FORMA DENUNCIANTE, A MORAL DA SOCIEDADE PORTUGUESA DA ÉPOCA COM BASE NA RELAÇÃO ENTRE A IGREJA CATÓLICA E O ESTADO NOVO. O PRESENTE TRABALHO PROPÕE UM OLHAR SOBRE A REPRESENTAÇÃO CARICATA DA PERSONAGEM FEMININA NO TEATRO PORTUGUÊS DO SÉCULO XX, ATRAVÉS DA PARÓDIA E DO EROTISMO. NOSSO TRABALHO SE DEBRUÇA SOBRE UMA INVESTIGAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO CARICATA DO “MITO DE FÁTIMA” (1917), ATRAVÉS DA PERSONAGEM MELÂNIA SABIANI, NA PEÇA A PÉCORA (1983) DE NATÁLIA CORREIA. NOSSO FOCO SERÁ UMA REFLEXÃO ACERCA DA PARÓDIA, DA IRONIA E DO EROTISMO PRESENTES NA DUALIDADE DESTA PERSONAGEM FEMININA COMO FORMA DE DEMONSTRAR UMA CRÍTICA À IDEOLOGIA POLÍTICO-RELIGIOSA NA DITADURA SALAZARISTA (1933-1974) EM PORTUGAL, CONSIDERANDO O PAPEL DA IGREJA CATÓLICA NO PERÍODO.