PARTINDO DA AFIRMAÇÃO DE MARIA GABRIELA LLANSOL, EM O SENHOR DE HERBAIS (2002), DE QUE A PERSONAGEM BLIMUNDA SETE-LUAS, DO ROMANCE MEMORIAL DO CONVENTO, É UMA BEGUINA, ESTE TRABALHO TEM POR OBJETIVO LER O TEXTO SARAMAGUIANO A PARTIR DE ALGUMAS QUESTÕES QUE ESTÃO PRESENTES NA “TEXTUALIDADE” LLANSOLIANA, A SABER: A) A FIGURA “MUTANTE” (O “FORA-DE-SÉRIE” QUE “TRAZ A SÉRIE CONSIGO”); B) AS POTÊNCIAS AFIRMADORAS DO “DOM POÉTICO” E DA “LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA”; C) A CISÃO ENTRE O MUNDO DO “PRÍNCIPE” (PODER ASCENDENTE CUJO PRINCÍPIO SUSTENTA A ORDEM TEMPORAL, CRISTÃ E EUROPEIA) E O MUNDO DOS “INTENSOS” (UNIVERSO COMPOSTO POR HOMENS E MULHERES QUE UTILIZARAM AS PRÓPRIAS VIDAS COMO LUGAR, POR EXCELÊNCIA, DA INTERROGAÇÃO HUMANA). POR ESTA VIA, ESTE TRABALHO PRETENDE CONTINUAR, APROFUNDAR E APROXIMAR AS SENDAS DE LEITURA ABERTAS TANTO PELA PROFESSORA DOUTORA TATIANA PEQUENO DA SILVA (2011), AO ESTUDAR OS ASPECTOS POLÍTICOS NA OBRA DA LLANSOL, QUANTO PELO PROFESSOR DOUTOR JORGE FERNANDES DA SILVEIRA (2014), AO APONTAR UMA RELAÇÃO ENTRE A OBRA DE SARAMAGO E A PRODUÇÃO DA “ESCREVENTE” DE O LIVRO DAS COMUNIDADES, NO QUE TANGE A CONSTRUÇÃO POÉTICA DE UMA OUTRA EUROPA/COMUNIDADE IBÉRICA.