A PRESENTE COMUNICAÇÃO, QUE SE INSCREVE NO XXVIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ABRAPLIP, ANALISA A COMBINAÇÃO/FUSÃO ENTRE MÚSICA E LITERATURA, OBSERVANDO DOIS ASPECTOS PARTICULARES DA OBRA NEM TODAS AS BALEIAS VOAM, DE AFONSO CRUZ, ESCRITOR PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO. O PRIMEIRO CONSISTE EM CONSTATAR O CARÁTER CIRCULAR E ENCICLOPÉDICO DA NARRATIVA QUE REÚNE, SOB O MESMO CORPUS, TEMAS RECORRENTES DO UNIVERSO LITERÁRIO DO AUTOR; O SEGUNDO RESSALTA COMO SE ESTABELECE A VINCULAÇÃO MÚSICA, LITERATURA E HISTÓRIA NO ENREDO DE UMA NARRATIVA LABIRÍNTICA QUE, AO CORRELACIONAR “FRASES JAZZÍSTICAS”, LETRAS DE MÚSICAS, FATOS RELACIONADOS AO MUNDO DO BLUES E FICÇÃO, VALORIZA O USO DA SINESTESIA COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA UMA COMPOSIÇÃO TEXTUAL MARCADA POR RECURSOS PROSO-POÉTICOS. A FIM DE ANCORAR OS PONTOS ABORDADOS NO PRESENTE ARTIGO, OPTAMOS POR NOS APOIAR EM IDEIAS QUE ASSOCIAM AS NARRATIVAS LABIRÍNTICAS E EPISÓDICAS A UMA PERSPECTIVA FILOSÓFICA QUE DIALOGA COM O CONCEITO DE RIZOMA SOB A ÓTICA DOS ESTUDOS DO FILÓSOFO FRANCÊS GILLES DELEUZE. POR OUTRO LADO, DO PONTO DE VISTA DAS INTERSECÇÕES ARTÍSTICAS, NOS VALEMOS DAS PROPOSIÇÕES DE ÊNIO SQUEFF, ACERCA DO SOM E DA MÚSICA COMO UM VALOR DE EMANAÇÃO CRIATIVA POSSIVELMENTE PRESENTE NA TESSITURA TEXTUAL DO ROMANCE. POR FIM, SALIENTA-SE QUE, MUITO EMBORA AFONSO CRUZ SEJA UM ARTISTA VULTOSO, CUJA PRODUÇÃO CRIATIVA SE INSCREVE NO CINEMA, NA LITERATURA, NAS ARTES GRÁFICAS E NA MÚSICA, A OBRA EXAMINADA NA COMUNICAÇÃO AINDA É OBJETO DE POUCOS ESTUDOS ACADÊMICOS (DISSERTAÇÕES, TESES E ARTIGOS), E, NESTE SENTIDO, A RELEVÂNCIA DESTE TRABALHO É A DE CONTRIBUIR COM A PRODUÇÃO DA FORTUNA CRÍTICA SOBRE O AUTOR E, EM ESPECIAL, A OBRA NEM TODAS AS BALEIAS VOAM.