ESSE TRABALHO PROPÕE UMA ANÁLISE DO ROMANCE “A SELVA”, DO AUTOR FERREIRA DE CASTRO, PUBLICADO EM PORTUGAL NO ANO DE 1930, SOB UMA PERSPECTIVA DE INVERSÃO DE PAPÉIS. PODEMOS OBSERVAR NO ROMANCE EM QUESTÃO AS OPINIÕES E PENSAMENTOS DE ALBERTO, UM EUROPEU QUE FUGIU DE SEU PAÍS DEVIDO A SEUS POSICIONAMENTOS A FAVOR DA MONARQUIA, SOBRE BRASILEIROS, BEM COMO A SUA POSIÇÃO NO SERINGAL ONDE TRABALHA, SENDO TRATADO COMO UM HOMEM ESCRAVIZADO ENQUANTO O SEU PATRÃO JUCA TRISTÃO, UM BRASILEIRO, EXERCE O PAPEL DE SENHOR. SENDO ELE UM EUROPEU, O PROTAGONISTA DO ROMANCE NÃO SE RECONHECE EM TAL SITUAÇÃO, MUITO MENOS COMO APENAS MAIS UM ENTRE AS DEZENAS DE SERINGUEIROS QUE O RODEIAM NO “PARAÍSO”, SERINGAL ONDE TRABALHA EM HUMAITÁ, NO ESTADO DO AMAZONAS, ÀS MARGENS DO RIO MADEIRA. SOBRE ISSO, BASEIO-ME NA OBRA DO AUTOR PALESTINO EDWARD SAID, ORIENTALISMO: O ORIENTE COMO INVENÇÃO DO OCIDENTE (2007), NA QUAL O OCIDENTE CATEGORIZA OS POVOS DO ORIENTE COMO INFERIORES. NO CASO EM APREÇO, FERREIRA DE CASTRO PÕE O SEU PROTAGONISTA (EUROPEU) NO LUGAR QUE SEMPRE FOI RESERVADO AO OUTRO, AO COLONIZADO. AS ESTRUTURAS DO ANTIGO REGIME, COLONIAL, CÁ ESTÃO NO BRASIL DOS ANOS 30, À ESPERA DE ALBERTO, EM MEIO À SELVA AMAZÔNICA.