INÊS DE CASTRO É UMA DAS PERSONAGENS MAIS REFERENCIADAS NA LITERATURA PORTUGUESA. OBRAS COMO OS LUSÍADAS E À CASTRO, AMBAS DO SÉCULO XVI, APRESENTAM-NA SOB A PREDOMINÂNCIA DO OLHAR LÍRICO. TAL PERSONAGEM É CAPAZ DE DESPERTAR AS MAIS VARIADAS PERFORMANCES ATRAVÉS DA SUA FORÇA SIMBÓLICA. AS TEMÁTICAS: “O COROAMENTO DA MORTE” E “AMAR ATÉ A MORTE” SE SITUAM ENTRE O SAGRADO E O PROFANO E ESSA INTRIGA DESENHA O CLIMA INTENSO E INSTIGANTE. NO ENTANTO, POR TRAZ DE AMBAS AS OBRAS, TECEM-SE RELAÇÕES ENTRE AS FORÇAS SOCIAIS QUE ARTICULAM TAL PERSONAGEM. NA PRIMEIRA, TEM-SE O ELOGIO À CULTURA NACIONAL; NA SEGUNDA, A REPRESENTAÇÃO DO PODER E SUAS CONSEQUÊNCIAS. INVESTIGAR COMO FERREIRA, CONSTRÓI ESSAS QUESTÕES É O OBJETIVO DESTE ESTUDO. DESTACA-SE A IMPORTÂNCIA DOS DIÁLOGOS COMO FORMA DE DIRECIONAMENTO AOS GRANDES TEMAS APRESENTADOS NA NARRATIVA: AMOR, MORTE E PODER. O ESTUDO FOCALIZA A REPRESENTAÇÃO DE “INÊS DE CASTRO” E “FERRANTE”, AO DESCREVER A COMPOSIÇÃO DIALÓGICA E O POSICIONAMENTO, TANTO NO PLANO FÍSICO COMO NO PLANO SIMBÓLICO, QUE AMBOS OCUPAM NA OBRA. DESTARTE, OBSERVA-SE AS APROXIMAÇÕES E OS AFASTAMENTOS NAS FALAS ENTRE AMBOS E A ARTICULAÇÃO ENTRE AS DEMAIS VOZES PRODUZIDAS NO TEXTO. PARA TANTO, RECORRE-SE AOS APONTAMENTOS DE PAVIS (2008) A RESPEITO DA COMPOSIÇÃO TEATRAL; ÀS OBSERVAÇÕES DE ROSENFELD (1985) SOBRE OS GÊNEROS NO TEATRO, E ÀS REFLEXÕES DE VERNANT (2006) DESTINADAS AO MITO E AO SÍMBOLO A PARTIR DOS GREGOS E SEUS DESDOBRAMENTOS. ESSA BIBLIOGRAFIA OFERECE SUBSÍDIOS PARA AS ARTICULAÇÕES DA PROPOSTA, MAS ELAS NÃO ENCERRAM AS POSSIBILIDADES DE LEITURAS DA PEÇA E TÃO POUCO A SUA FORÇA ESTÉTICO-COMUNICATIVA.