O ESTUDO DAS INÚMERAS EDIÇÕES E ANTOLOGIAS DE TEXTOS DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA (1608-1697), DO SÉCULO XVIII ATÉ HOJE, AINDA É UM TRABALHO A SER FEITO. A FIM DE PREENCHER UMA PEQUENA PARTE DESSA LACUNA, ESTE TRABALHO BUSCA ANALISAR UMA DAS MAIS IMPORTANTES COMPILAÇÕES DE SERMÕES VIEIRIANOS DO SÉCULO XIX, O CRYSOSTOMO PORTUGUEZ (1878), ORGANIZADA PELO TAMBÉM JESUÍTA PADRE ANTONIO ONORATI (1829 – 1881). NESSA OBRA, COMPOSTA DE CINCO VOLUMES, ONORATI BUSCOU ALIMPAR OS SERMÕES DAQUILO QUE SE JULGAVA, À ÉPOCA, O “MAU GOSTO DO SÉCULO XVII” E DE POSSÍVEIS EQUÍVOCOS DOUTRINÁRIOS, APRESENTANDO VIEIRA COMO MODELO DE PREGADOR EVANGÉLICO EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA ORADORES PRINCIPIANTES. MAIS DO QUE ANALISAR OS CRITÉRIOS EDITORIAIS DE ONORATI, PORÉM, BUSCA-SE AQUI COMPREENDER O SENTIDO DA COMPILAÇÃO COMO INTERVENÇÃO EM UM DEBATE LITERÁRIO MAIOR, QUE DIZ RESPEITO À SUPOSTA SUPERIORIDADE DE OUTRO PREGADOR CONTEMPORÂNEO A VIEIRA, O ORATORIANO PADRE MANUEL BERNARDES (1644-1710), COMO MODELO DE ORADOR A SER EMULADO. ASSIM, POR MEIO DE UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AUTORES DOS SÉCULOS XVIII E XIX QUE ABORDARAM A QUESTÃO, COMO LUÍS ANTÔNIO VERNEY (1713-1792), A. F. DE CASTILHO (1800-1875), CAMILO CASTELO BRANCO (1825-1890) E TEÓFILO BRAGA (1843-1924), CONSTATA-SE COMO ESSE DEBATE FOI ACIRRADO E SE REFLETIU NA RECEPÇÃO DE VIEIRA, ESPECIALMENTE EM ANTOLOGIAS ESCOLARES COETÂNEAS, TANTO NO BRASIL, QUANTO EM PORTUGAL.