Este artigo é um produto do curso “Antônio Gramsci: a educação como hegemonia”, oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) e tem como objetivo analisar, a partir da perspectiva gramsciana, a origem da Pedagogia da Alternância enquanto estratégia de formação dos intelectuais orgânicos do campo (camponeses) no Brasil. Apresenta as origens e os conceitos da Pedagogia da Alternância, expondo as suas formas de aplicação e seu desenvolvimento no país para, posteriormente, relacionar com a concepção de intelectuais de Antônio Gramsci, bem como com a sua concepção de cunho marxista da educação (escolar) e as exigências de uma formação integral do sujeito sem distinção de classes, capazes de atuarem tanto profissionalmente como no papel de dirigentes, se assim o desejar. Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre o tema e busca, a partir de autores como Paolo Nosella, Nelson Coutinho e Antônio Gramsci, analisar a relação entre tal pedagogia e o pensamento do autor das “Cartas do Cárcere”. Adota uma abordagem qualitativa e baseia-se nos enfoques da Teoria Crítica e da Pedagogia Histórico-Crítica. No Brasil e na América Latina, o modelo de escola que mais se adequa a esse pensamento paradigmático do pensador sardo é aquele adotado pelos Centros Familiares de Formação por Alternância, sobretudo as Escolas Famílias Agrícolas, as quais estão firmadas em quatro pilares, a saber: Formação Integral: projeto pessoal de vida; Desenvolvimento do meio: social, econômico, humano e político; Alternância: uma metodologia pedagógica adequada.