A educação no Brasil passou por diversos momentos históricos e concepções, atravessando desde uma pedagogia baseada na vertente religiosa da Igreja Católica (1549 a 1759), até uma configuração de pedagogia produtivista (1969 a 2001). Suas mudanças sofreram ao longo dos anos, a influência de interesses políticos e econômicos de cada época, se tornando mais autônoma a partir do advento da Escola Nova. O presente resumo se trata de uma discussão teórica e objetiva discorrer principalmente acerca dos períodos históricos que correspondem ao surgimento da Educação Popular no Brasil, com vistas a descrever e refletir sobre questões mais centralmente ligadas à Educação Popular no Ensino Superior na contemporaneidade. Atualmente, a presença da Educação Popular na Universidade brasileira ocorre principalmente por meio de experiências e reflexões extensionistas, embora também tenha avançado nos âmbitos da pesquisa e do ensino. Com os sucessivos cortes e recessões em diversos setores econômicos e sociais, incluindo a educação, convém resgatarmos a articulação e a mobilização popular com vistas ao enfrentamento e à retomada de direitos, principalmente relativas ao setor educacional. A Educação Popular, por ser uma práxis que se transforma junto com a sociedade, com vistas à emancipação dos sujeitos, prezando pelo bem comum, a justiça e a equidade social, é um terreno fértil para o alcance desse horizonte. A Universidade Pública brasileira não está alheia aos contextos sociais, ela é fruto do trabalho humano da sociedade. É o povo quem a sustenta e é para o povo que ela precisa abrir suas portas. Os desafios que por hora se colocam são diversos e em alguns momentos, desestimuladores. Entretanto, a Educação Popular tem, nela mesma, a capacidade articuladora para contribuir com os avanços políticos, econômicos e sociais que se fazem necessários.