O desenvolvimento do futebol no Brasil se deu em conjunto com o próprio surgimento das cidades, inaugurando novas formas de convívio, linguagens e áreas esportivas, é um fenômeno da cultura urbana que reúne várias práticas e sujeitos. Um jogo simples, praticado em quase qualquer lugar e é neste mesmo futebol, que vemos embates, violência, preconceitos e discriminações. Já que o retrato social é reforçado nas práticas futebolísticas, as quais se constituem ambientes hostis à presença de mulheres, homossexuais e negros. O racismo é recorrente no futebol, ainda que o Brasil seja considerado um “paraíso racial”, é palco de inúmeras discriminações pautadas na cor da pele, sobretudo quando se trata do futebol praticado e experienciado por mulheres negras. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar as questões raciais que permeiam o futebol praticado e vivenciado por mulheres negras a partir de matérias jornalísticas publicadas online. Trata-se de um estudo qualitativo, realizado a partir do conteúdo de publicações de matérias e reportagens online. O período de recorte foram os últimos cinco anos (2017-2022). A coleta dos dados foi realizada na plataforma de pesquisa Google. As palavras-chaves utilizadas para a busca foram: “mulheres negras e futebol”, “racismo e futebol”. Observamos que poucas publicações abordam essas questões em especifico, o que já manifesta a condição da sociedade, onde o corpo branco é tido como padrão ao retratar diversas questões, dentre elas, as práticas esportivas. Além disso, os artigos encontrados retratam o racismo estrutural em função da raça e gênero em papéis de autoridade dentro do futebol brasileiro, ou seja, as mulheres negras ainda tem uma participação restrita nesses setores.