O currículo das escolas durante muito tempo vem organizado por área de conhecimento, ano letivo e conteúdos programáticos de forma sequencial, vertical, fragmentado, sem a preocupação com a aprendizagem significativa. Após as teorias críticas, esse contexto tem apontado em direção a uma possível abertura para abordagens que possam propor a exclusão do modelo hegemônico ou modelo padrão do currículo, permitindo assim, um olhar para a subjetividade do discente. Partindo dessa premissa, o artigo reflete acerca dos aspectos históricos da subjetividade no currículo, em especial a estreita ligação entre currículo oculto e subjetividade. A princípio, a base de fundamentação teórica que permitiu o embasamento das análises da temática, está ancorada principalmente em algumas reflexões sobre a questão da subjetividade considerada na perspectiva de Fernando González Rey (2003, 2005) e outros. Quanto às características do currículo oculto com ênfase nos resultados das “interações interpessoais” que se desenvolvem na escola, o leitor terá considerações de Schmidt (2003), Larossa (1999) no texto. Percebeu-se que nas suas origens a educação não contemplou a subjetividade por alguns aspectos principalmente pela hegemonia do pensamento ocidental não contemplando uma concessão ontológica de individuo, assim, os indivíduos eram efeitos do social e não havia uma preocupação com um currículo onde compreendesse o individuo na sua inteireza. Com as teorias criticas, o currículo oculto se fortalece e a subjetividade passa a ser vista e estudada com outro olhar. Esse novo olhar nos leva a acreditar que o trabalho desenvolvido a partir da subjetividade no currículo supera as tradicionais disciplinas e áreas de conhecimento para tornar-se vida de fato, experiências de situações vividas na escola e fora dela. O currículo oculto está diretamente ligado a subjetividade, pois permitem uma aprendizagem voltada a valores, consciências críticas e contribui com o desenvolvimento do aluno inclusive em suas relações sociais. É preciso rever o currículo que vem sendo ensinado e obedecido, conhecer seu verdadeiro significado, conscientizar - se do poder que o currículo oculto se reveste ao se materializar em sala de aula ou fora dela, e, sobretudo instituir a subjetividade no currículo como alternativa para alcançar a tão almejada educação de qualidade.