Minha participação no Programa de Residência Pedagógica (PRP), enquanto graduanda do curso de pedagogia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), me possibilitou estar imersa no cotidiano de uma escola localizada em Irajá, com uma turma de educação infantil. O trabalho desenvolvido dentro desse espaço, pautou-se em uma educação antirracista valorizando a subjetivação das crianças em seus processos de reconhecer a si próprio e aos outros, a partir de uma proposta realizada por meio da literatura infantil, com a apresentação do livro “De passinho em passinho” em que o passinho, dança característica das favelas cariocas, foi apresentado promovendo a ponderação das crianças na construção de suas identidades. (JUNIOR, 2021) Dessa forma, o presente artigo, por meio de uma autoetnografia e em diálogo com reflexões trazidas por Candido (2011); Costa, Pereira, Dias (2022); Ribeiro (2008) e Souza (1983) visa salientar a importância da valorização dessa manifestação cultural suburbana e afro-brasileira, assim como o uso da literatura infantil em sala, como possíveis caminhos para se pensar em um currículo antirracista que se faz necessário à medida que revela as diversidades enquanto vantagens pedagógicas.