A formação docente continuada em serviço, se apresenta tensionada, ora pela inconsistência das formações, ora pelo avanço das políticas neoliberais que subtraem as oportunidades de os docentes se aproximarem criticamente da realidade. Nesta direção, este estudo, originado de pesquisas de doutorado, tematiza a formação docente continuada, objetivando provocar reflexões críticas sobre a urgência e a possibilidade dela representar uma prioridade no contexto da escola, promovendo a melhoria e a humanização do ensino. Para tanto, indaga: como constituir na escola, espaços formativos, democráticos e humanizados, nos quais os docentes vivenciem a pesquisa, refletindo sobre a realidade em que atuam e o ensino que desenvolvem? A pedagogia freiriana, os saberes da didática e os princípios da pesquisa-ação, fundamentaram as reflexões críticas que se originaram de duas experiências formativas, desenvolvidas por meio da pesquisa-pedagógica, no âmbito da educação infantil, que permitiram que os professores vivenciassem uma formação problematizadora, investigando a própria prática docente. O brincar e a escuta, experimentados de forma lúdica e pedagógica, permitiram a compreensão da indissociabilidade entre teoria e prática e a constituição do coletivo pesquisador, favorecendo o protagonismo docente. A experiência formativa despertou os sentimentos de coletividade e de pertença, contribuindo para o amadurecimento intelectual dos professores e a constituição de uma prática docente mais humanizada, validando a importância de se desenvolver no lócus escola, processos e espaços formativos críticos no Horário do Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) que objetivem e culminem na melhoria do ensino.