Vivemos em uma sociedade historicamente marcada pela escravidão. Todos temos heranças do período da escravidão, sejam elas positivas, como os privilégios da branquitude, ou negativas, como o racismo enraizado no nosso cotidiano. A Escola, durante muito tempo e ainda hoje tem privilegiado a socialização da cultura europeia em detrimento das demais culturas, contribuindo para a reprodução do racismo e inferiorização da cultura negra. Os problemas sociais se fazem presentes também nas escolas, enquanto um espaço de socialização, motivo pelo qual o racismo também se manifesta nesses espaços. As representações sociais antecedem o comportamento tendo a sua origem no senso comum. Identificá-las e analisá-las pode ser o ponto de partida para compreender os pensamentos e ações de grupos sociais. Sendo assim surge o seguinte questionamento: Quais as representações que os estudantes de ensino médio possuem sobre “ser negro”? Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar as representações sociais de 146 estudantes negros do ensino médio sobre a condição de “ser negro”. A pesquisa apresenta caráter quantitativo, pois foram realizadas análise de frequência e análise prototípica de dados recolhidos mediante a técnica de evocação livre de palavras, a fim de identificar o possível núcleo central das representações. Como resultado deste estudo, foi identificada a probabilidade do racismo constituir o elemento central dessas representações.