HENDGES, Karine et al.. Lendas e mitos em sala de aula. Anais do IX ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/102925>. Acesso em: 21/11/2024 18:03
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma prática desenvolvida e aplicada na turma do 8º ano de uma escola de ensino fundamental do município de Lajeado através do subprojeto Interdisciplinar Letras Português e Letras Português/Inglês do programa Residência Pedagógica da Universidade do Vale do Taquari (Univates), financiado pela CAPES, vinculada ao Ministério da Educação. Os residentes, autores deste trabalho, foram supervisionados pela professora Evenize da Costa Pires e orientados pela professora do curso de Letras Rosiene Almeida Souza Haetinger. A ideia de trabalhar com lendas e mitos teve como objetivo não só analisar a estrutura textual e a diferença entre os dois gêneros, como também expandir o conhecimento sobre a cultura do estado do Rio Grande do Sul e do Brasil. No primeiro encontro, demos prioridade para uma apresentação e criação de vínculos entre os bolsistas e os alunos da turma, pois entendemos que para trabalhar de uma forma que contribuísse ainda mais para a formação dos alunos seria importante que a turma se sentisse confortável com os residentes no ambiente de sala de aula. Dando início aos conteúdos pensados, foi trabalhada a Lenda da Erva-Mate, que desencadeou diversas discussões sobre lendas conhecidas pelos estudantes. Durante a discussão, surgiu também o questionamento da diferença entre mitos e lendas. A partir disso, os residentes incluíram na ideia inicial o tema de mitos também, por entender que poderia haver uma relação com o tema de lendas e porque a turma se mostrou bastante interessada em explorar ambos os temas. Assim se deu a construção das ideias que nortearam nosso planejamento ao longo do período de Residência Pedagógica no primeiro semestre de 2023. As discussões em aula foram muito ricas e proporcionaram bons momentos de compartilhamento de experiências, de integração, de desenvolvimento de conhecimento e principalmente de aprendizado. Buscamos sempre ouvir o que os alunos tinham a dizer, e, especial as dúvidas em relação aos temas para que pudéssemos abordá-las, se possível, na aula seguinte. Foi assim que, por exemplo, escolhemos o Mito de Narciso para trabalhar em sala de aula. Portanto, partindo das discussões e das lendas e mitos que a turma demonstrava interesse, planejamos as atividades que aplicamos nos encontros, com a finalidade de fixar conteúdo, construir conhecimento e fazer com que os alunos compreendessem as diferenças, as características e a importância desses dois tipos de narrativas. Vale ressaltar que após cada encontro semanal com a turma, os residentes de Letras, nos encontros dos mesmos para reuniões, trabalhos e desenvolvimento do planejamento aos sábados de manhã, realizavam uma reflexão sobre como estava o desenvolvimento do conteúdo perante a turma e de que forma estes estavam se comportando em relação aos temas trabalhados. Tendo em vista as atuais redes sociais mais acessadas pelos jovens, a proposta de trabalho final sobre as diversas questões discutidas nos encontros consistiu na gravação de um pequeno vídeo, estilo Tik Tok ou Reels do Instagram, apresentando ou encenando a lenda ou o mito que o aluno mais gostou. Para realizar esta atividade, os estudantes puderam se reunir em duplas ou em grupos maiores. Ainda, finalizando as aplicações e com o intuito de revisar os conteúdos trabalhados, foram criados jogos pedagógicos para que os alunos pudessem se divertir e também relembrar personagens e características de cada texto trabalhado durante as aplicações. Uma forma descontraída e eficiente de reforçar os conhecimentos adquiridos ao longo dos encontros. Os jogos que os residentes confeccionaram e levaram para a turma foram uma espécie de Jogo da Memória, onde os alunos deveriam relacionar o título de um determinado mito ou lenda com uma breve descrição dos mesmos, que incluía um pouco do enredo e características das personagens, e um jogo que se assemelha com o popular Quem sou eu?, que consiste em uma carta com o nome de um protagonista de uma lenda ou mito (que geralmente nomeiam os mesmos) que seria colocada na testa do aluno, sem que ele visse o nome do seu personagem, de forma que apenas seus colegas poderiam lê-lo. Então, o aluno que está na vez de jogar realiza perguntas aos demais participantes da roda, para que estes possam o ajudar a chegar no nome da personagem correspondente através das mais variadas possibilidades de resposta. Durante os sábados de manhã, como mencionado anteriormente, os residentes possuíam um momento de se reunir com os demais colegas participantes do programa, com as professoras das escolas parceiras e com a orientadora do Residência Pedagógica do curso de Letras. Nesses encontros compartilhamos nossa caminhada com os colegas, além de sempre estarmos em contato com textos e atividades que contribuíram para nossa formação e para uma melhor experiência dentro do programa de residência. Tudo que foi trabalhado e explorado por nós nesses encontros de alguma forma ajudou no nosso desenvolvimento enquanto docentes em formação e discentes no cotidiano da graduação. Nesses momentos de reflexão e avaliação da caminhada é que podemos perceber o quão válido é ter a oportunidade de poder fazer parte de um programa como o Residência Pedagógica. Olhar para trás e poder ver uma evolução é gratificante e nos dá segurança para seguir nesta direção e poder ajudar na construção do futuro do país.