O presente trabalho possuía o intuito de verificar como duas professoras alfabetizadoras desenvolveram o trabalho com a consciência fonológica no ensino remoto no município de Rio Grande–RS. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas, bem como a análise dos planejamentos referentes ao ano letivo de 2021. A fim de compreender como foi realizado esse trabalho, procurou-se analisar as metodologias e os recursos utilizados, a frequência com que a consciência fonológica aparecia em seus planejamentos e se teriam sido realizadas a partir de uma perspectiva lúdica. Os resultados evidenciaram duas realidades distintas entre as docentes ao trabalharem a consciência fonológica no ensino remoto. Enquanto uma das alfabetizadoras conseguiu planejar um trabalho coerente a respeito da temática com atividades lúdicas, a outra, embora tenha realizado algumas atividades, considerou que no ensino não presencial esse trabalho tornou-se extremamente difícil de ser contemplado. Essa diferença entre as práticas pedagógicas analisadas parece ser resultado da concepção que possuem sobre alfabetização. Quando se tem claro que esse processo implica o desenvolvimento de todas as facetas da alfabetização de forma integrada: faceta linguística, interativa e sociocultural, entende-se que mesmo em situações adversas como ensino remoto, há a possibilidade de se estabelecer um trabalho com a consciência fonológica de modo significativo com os alunos.