Baseados na pedagogia Kodály (1974), autores contemporâneos desenvolveram propostas de sequenciamento progressivo de habilidades musicais pelo canto. Porém, existem desafios para aplicação dessa abordagem na escola pública, como a ausência de arranjos considerando esse viés. Nesse sentido, objetiva-se verificar a eficácia do ensino de canto coletivo utilizando a criação de arranjos como ferramenta pedagógica para o desenvolvimento gradual de habilidades musicais. O lócus desta pesquisa foi uma escola pública do município de Fortaleza, vinculada ao Programa de Residência Pedagógica do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Ceará. O estudo foi realizado por um período de quatro meses em encontros semanais de duas horas com alunos do oitavo ano. Utilizou-se uma metodologia qualitativa com delineamento de estudo de caso (GODOY, 2009) e um diário de campo como ferramenta para coleta de dados. Fundamentando-se em Leck e Jordan (2009), Houlahan e Tacka (2023) e Fragoso (2018), observamos que os benefícios dessa abordagem foram limitados pela evasão, falta de estudo regular e desvalorização do ensino de música. No entanto, os arranjos foram bem-sucedidos na progressão do canto em partes e percebeu-se o progresso nas habilidades rítmicas dos alunos, com um tímido avanço das habilidades melódicas.