A sociedade atual, também designada como sociedade da informação, por apresentar tendências tecnológicas em todos os aspectos de nosso cotidiano, impõe mudanças também à escola e as formas de aquisição do conhecimento, provocando uma busca desenfreada por tecnologia, ampliando cada vez mais o investimento em equipamentos que contribuam para a consecução da tão propagada inovação. Contudo, para além de recursos, a escola precisa ter como enfoque principal a aprendizagem e esta não se dá sem a articulação das relações entre os indivíduos, dentro e fora da sala, permitindo-lhes um ambiente propício à construção do conhecimento. Tratar de inovação pedagógica não é tratar da mera presença de equipamentos na escola, muito menos da criação de ambientes que disponham de recursos tecnológicos, como convencionalmente o mercado quer nos convencer, pois, se assim fosse, descartaríamos de pronto as nuances existentes e necessárias em uma práxis eminentemente educativa. Este trabalho versa sobre a inovação pedagógica e o entendimento de que, para inovar, precisamos, antes de tudo, confrontar o que é atual com o que já existiu enquanto paradigma, pois só há o novo se houver mudança, ainda que esta não esteja nos instrumentais utilizados, mas na postura que temos diante deles e de nossa prática de ensino. Em se tratando da escola, e desta como ambiente de aprendizagem, a efetividade da mudança só se configura quando está intimamente ligada à prática pedagógica e não aos recursos disponíveis. Assim, explicitamos a necessária oposição ao que entendemos por modelo fabril de escola que, dentre outras características, se propõe a modelar seres produtivos, atendendo a demanda do mercado, contrapondo a uma efetiva aprendizagem que respeita a necessidade do envolvimento de concepções que atendam à evolução humana, imbuídas por valores éticos, cognitivos, históricos, afetivos, culturais e, principalmente, emancipatórios.