Historicamente, há uma cultura fortemente enraizada de que meninos possuem um talento nato na Matemática enquanto as meninas não possuem tal talento. Recentemente, criou-se um movimento de estudos de gênero que visa não somente reverter essa visão, como também estimular o empoderamento dessas jovens para que elas se sintam estimuladas a seguir carreiras na área de ciências exatas, que ainda é majoritariamente masculina. Assim, é nítida a necessidade de se criar estratégias que promovam tanto o pensamento crítico quanto a busca de formas de facilitar o aprendizado por meio de atividades lúdicas. Com base nisso, o objetivo do presente trabalho é implementar em uma escola pública de Fortaleza uma atividade chamada “Gênero e Profissão”, que consiste em representar por meio de desenhos algumas profissões. Para isso, foi solicitado às estudantes que fizessem desenhos que caracterizassem três profissionais, sendo o primeiro da área de limpeza doméstica, o segundo da engenharia e o último, alguém que cuide de crianças. Após a aplicação da atividade foi realizada uma roda de conversa sobre essa temática e um seminário que mostrou mulheres bem-sucedidas em carreiras na área de ciências exatas. Ao final, foram recolhidos os desenhos e cada profissional foi separado por gênero. Ao analisar, observou-se que a maioria estampou o segundo profissional pertencente ao gênero masculino, trazendo consigo a visão de que personagens de exatas são homens. O primeiro e o último personagens citados, em sua pluralidade, foram descritos como figuras femininas, repetindo-se o estereótipo de que profissões que envolvam cuidados ainda são direcionadas às mulheres. Com isso, pôde-se ver o impacto positivo na percepção que essas meninas tiveram quanto ao estímulo intelectual para se sentirem à vontade para se dedicarem à Matemática, pois agora elas buscam tirar dúvidas sobre as aulas e também conversam sobre seus sonhos.