Neste trabalho proposta apresenta uma compreensão dos processos cotidianos da vida, dos sujeitos que trabalham como recicladoras(os) nas ruas da cidade de Sobral. Com efeito, esses agentes constroem, propagam, se envolvem na dimensão do agir sustentável, na produção de afetos, na rede de cuidado ecológico e na responsabilidade com o Outro. O intento é o de compreender como se operam os processos, do fazer ecológico, que atravessam o trabalho de reciclagem. Na sociedade brasileira, a atividade de reciclagem é forjada pelas redes de produção e de consumo, pela lógica do capital que produz um excedente de trabalhadores/desempregados, que vivem em situação de exclusão, miséria e fome. Nessa sociedade de consumo, se produz o sujeito miserável, projetado pela in (competência) do sistema produtivo, invisibilizado, e que tece sua sobrevivência nas teias da reciclagem e desigualdade social. É a partir dessa observação que traço uma compreensão sociológica, acerca da formação do sujeito ecológico nas esferas do reconhecimento do Outro. Esta experiência foi realizada durante três anos com os recicladores de resíduos da cidade de Sobral/CE. A abordagem aconteceu a partir do diálogo teórico metodológico de categorias como: sujeito ecológico, ecologia da Rua e reconhecimento. Desse modo, propõe-se uma análise acerca da produção de práticas subjetivas que atravessaram experiência dos recicladores e recicladoras da cidade de Sobral/CE. O trabalho tem como objetivo compreender o processo de reconhecimento das práticas cotidianas de sujeitos que vivem da coleta de resíduos sólidos, produzidos pela população de Sobral/CE. O recorte analítico é de buscar compreender as práticas e discurso do fenômeno social da reciclagem, a partir da Sociologia Ambiental e da Antropologia, sem pretensões de esgotar o debate analítico dos saberes e fazeres ambientais. Neste sentido, foi elaborada uma rede de diálogo com estudos, produções e análises existentes. O estudo apresenta a seguinte hipótese: as recicladoras e os recicladores atuam na práxis de germinar a ecologia da rua, de moldar o ambiente nas esferas do agir ético e sustentável. Portanto, o imperativo ecológico, tal como o imperativo da ética do cuidado são substâncias nas quais emergem o agir humano. O resultado dessa práxis, se revela no fazer ambiental, no saber ecológico, nas esferas da sustentabilidade rizomática e do cuidado ecológico. Principalmente, no reconhecimento daquelas que cuidam da vida e produz uma ecologia da Rua.