Pensar em alternativas para instigar novas práticas educativas no contexto historicamente desvalorizado da educação do campo é muito importante para garantir o direito a uma educação de qualidade para jovens e adultos que no campo constroem por meio de seu trabalho sua identidade e sua humanidade. Compreendemos que um movimento que contribuiu muito para inspirar novas práticas educativas foi o Movimento de Cultura Popular que por sua vez inventou uma nova forma de pensar a educação popular, não mais somente na perspectiva de garantir o acesso, mas principalmente evidenciando sua importância política de construção de uma sociedade verdadeiramente democrática no Brasil em fins dos anos 1950 e início da década de 1960. Daremos ênfase aqui nas linguagens artísticas e suas potencialidades formativas, na sua dimensão política, estética e ética procurando evidenciar suas contribuições para as práticas educativas realizadas em escolas do campo, ou seja, localizadas nas zonas rurais e que atendem os estudantes destas localidades específicas. O trabalho aqui apresentado é parte de algumas reflexões suscitadas durante o percurso que ainda se encontra em andamento junto ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí. A abordagem metodológica se fundamentou na Pesquisa-ação crítica (FRANCO, 2005) e foi realizada a partir de quatro Círculos de Cultura com educadoras, educadores, gestores e técnicos de uma escola do Campo localizada no município de Pedro II-PI. Os resultados construídos coletivamente e problematizados nos Círculos de Cultura evidenciaram as potencialidades das linguagens artísticas e da Cultura Popular para a formação crítica e humana dos educandos e dos educadores e educadoras da escola onde a pesquisa foi realizada.