O presente artigo traz relatos de três familiares de crianças surdas, com idade entre 3 e 5 anos, que receberam o diagnóstico de surdez ainda bebês. Foram entrevistados a avó de um menino surdo de 5 anos, a mãe de outro menino de 4 anos de idade e, por último, o pai de um garotinho de 3 anos. Todos os familiares seguem as terapias fonoaudiológicas de suas crianças na rede pública da periferia do município de São Paulo. Como aporte teórico-metodológico ao longo na análise dos dados, utilizamos Vigotski e seus estudos sobre signo e significado, Witkoski com os debates acerca das angústias familiares após o diagnóstico de surdez de seus filhos, Santana com sua teoria sobre o implante coclear, Guarinello que aborda a respeito dos entraves na comunicação dos familiares ouvintes e seus filhos surdos, entre outros. Em linhas gerais, os familiares demonstram estar contentes com os avanços na língua e linguagem de seus filhos surdos, entretanto apresentam visões diferentes acerca da língua de sinais, uma vez que o pai aposta na Libras como língua de interlocução de seu filho e ele próprio está aprendendo a língua para se comunicar com seu filho, já a mãe da outra criança surda demonstra resistência à Libras e a avó reconhece a língua de sinais como língua de interlocução, embora ela própria não faça uso da língua com a criança. Quanto às matrículas nas escolas, contamos com uma criança matriculada em uma EMEBS (Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos), outra matriculada em uma Escola Municipal de Educação Infantil comum e outra criança matriculada em uma escola apenas de crianças surdas que possui convênio com a prefeitura de São Paulo. Cada familiar revela quais os motivos que os levaram a matricular seus filhos em cada uma dessas instituições.