Embora a literatura seja um direito, conforme defendido por Antonio Candido, a pouca aproximação entre os jovens e os livros é percebida de forma geral, dentro e fora da escola. Logo, todos devem ter acesso ao conhecimento cultural, artístico e humano que está presente nos livros. A experiência relatada neste trabalho ocorreu no tempo de pandemia, em que essa necessidade se fez mais crescente pelo tempo que precisamos passar dentro de casa e pela diminuição da aproximação com os outros seres humanos. Na pandemia, momento em que muitos adolescentes passavam o dia trancados no quarto, foi necessário de maneira mais fortuita e apressada apresentar a literatura como meio de prazer, de expressão de sentimentos, de concentração e de acalento, levando em consideração, assim, o emocional de cada aluno/leitor. Assim, nosso objetivo geral é demonstrar como a prática leitora, de maneira interativa com foco na apreciação literária e na relação texto versus leitor, pode contribuir para a formação do leitor na escola. Dessa forma, focando no desenvolvimento de habilidades e competências, pensamos na criação de um Instagram no qual os alunos puderam realizar postagens ligadas à esfera da leitura. Assim, incentivamos a criatividade promovendo concomitantemente a inserção no mundo digital com autonomia, pois puderam sugerir postagens de vídeos incentivando a leitura, publicar fotos de livros, criar em ferramentas digitais imagens que se relacionam com o mundo literário. Nossa metodologia está baseada no método recepcional de ensino de literatura pertencente às autoras Bordini e Aguiar (1988) em seu livro A formação do leitor: alternativas metodológicas. Outrossim, autores como Alves (2012), Bosi (2000), Candido (2011), Compagnon (2009) embasaram a nossa prática e reflexão.