As políticas públicas atribuídas aos adolescentes evidenciam as representações sociais destinadas a esses grupos ao longo da história. Este estudo teve como objetivo analisar a produção científica sobre os desafios e as perspectivas das políticas públicas de saúde para os adolescentes no Brasil. Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online e Google Scholar, utilizando a combinação dos descritores adolescente, política pública e saúde. Esta análise resultou em 16 artigos científicos, incluindo legislações, sem marco temporal definido. Pode-se identificar que as políticas de saúde para os adolescentes adquiriram maior destaque recentemente em virtude dos efeitos da pandemia de Covid-19 sobre esse público. A construção da adolescência passa por referência etária e biológica, além de relações entre gerações e concepções sociais. A exposição constante a variados agentes traz aos adolescentes o risco de desenvolverem comportamentos que afetam a saúde, o bem-estar integral e a competência social, como o crescimento da violência e o uso irracional de substâncias medicamentosas, com ou sem prescrição, endossando a deficiência assistencial na área da saúde. Assim, situar a adolescência como enfoque de política pública e produção científica demanda uma ótica integral, interprofissional e multisetorial, com reconhecimento desse público como sujeitos de direitos. Nota-se a necessidade de avaliação dos fatores históricos e sociais em torno da adolescência para o delineamento de estratégias e ações objetivando a promoção da saúde articulada intersetorialmente.