Os valores antropométricos bem como a composição corporal têm sido alvo de muitos estudos. Pesquisas epidemiológicas e clínicas têm revelado a relação que tem algumas medidas antropométricas do corpo humano com riscos de desenvolvimento de desordens metabólicas. Nesse contexto, os índices de peso/estatura, medida da cintura e de dobras cutâneas são importantes variáveis na avaliação da composição corporal dos indivíduos. Esta pesquisa teve por objetivo traçar o perfil de variáveis antropométricas e da composição corporal de operários da construção civil, que trabalham em funções diferenciadas. Trata-se de um estudo do tipo transversal e descritivo. Foi utilizado como instrumentos de coleta de dados, material antropométrico (balança, estadiômetro, adipômetro e fita métrica) para mensurar massa corporal, estaturas, dobras cutâneas e perímetros. Foram estudados n=68 operários, sendo n=66 do sexo masculino e n=02 do sexo feminino, com idade entre 18 a 54 anos, de quatro canteiros de obras estabelecidos em João Pessoa-PB. Para avaliação da composição corporal foram adotados o Índice de Massa Corporal (IMC), a Circunferência da Cintura (CC) e o Percentual de gordura relativa (%G) onde estimou-se a densidade corporal utilizando a equação de Jackson, Pollock e Ward e o cálculo do %G através da equação proposta por Siri. Nos procedimentos estatísticos, utilizou-se o SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 16.0 para calcular médias e desvios-padrões, a planilha do programa Excel 2007 para realização de tabelas, bem como o software Physical test versão 7.0 para realização de classificações. Em relação ao IMC, os armadores apresentaram valores médios de 24,7±0,07kg/m² e os betoneiros 24,8±0,09kg/m² (eutróficos) (referência = 18,5&#8804;IMC<25). Os ajudantes: 25,9±5,0kg/m², carpinteiros: 25,5±2,3kg/m², mestres-obra: 26,7±1,9kg/m², pedreiros: 25,0±4,0kg/m², ferreiros: 26,6±4,2kg/m² e guincheiros: 29,3±0,2kg/m² apresentaram Sobrepeso I (referência = 25 &#8804; IMC < 30) enquanto os cozinheiros apresentaram 30,3±0,3kg/m² (Sobrepeso II) (referência = 30 &#8804; IMC < 40). Na CC, os mestres de obras apresentaram valores médios de 95,5±7,7cm; os guincheiros 95,0±1,4cm e cozinheiros 97,5±4,9cm (Riscos aumentados) (referência = &#8805;94cm). Já os armadores, 82,0±2,8cm; ajudantes, 88,7±12,6cm, carpinteiros, 88,6±3,8cm; pedreiros, 87,3±9,6cm; betoneiros, 87,0±1,4cm e ferreiros 87,0±4,5cm apresentaram classificados como Baixo risco. No que consiste ao %G, os carpinteiros apresentaram valores médios de 15,14±3,6% (Média) (referencia=15%), enquanto os armadores: 9,72±1,8%; ajudantes: 14,17±6,9%; pedreiros: 14,14±2,9%; betoneiros: 13,03±0,3% e ferreiros: 10,88±4,7% encontravam-se Abaixo da Média (referencia= 6a14%). Os mestres-obras: 21,70±0,9%, guincheiros: 17,35±2,9% e cozinheiros 17,45±1,6% apresentaram classificados Acima da Média (referencia= 16a24%). Ao traçar o perfil antropométrico e da composição corporal de operários da construção civil, de funções diferenciadas, pôde-se concluir que: um grande percentual dos operários estudado apresentou medidas antropométricas que mostraram uma composição corporal precária, merecendo maior atenção por parte desses indivíduos no que consiste à perda de gordura total e localizada do tipo andróide (abdominal), evitando assim riscos de doenças metabólicas e podendo ter mais saúde e melhor desempenho no trabalho.