A inovação na educação é tema de muitas discussões há algumas décadas e continua presente nos discursos atuais, no entanto, ainda não é uma realidade na educação formal da maioria dos estudantes brasileiros. Uma possível causa para esse cenário é a dificuldade que muitos professores sentem ao proporem atividades pedagógicas inovadoras, pois além das inúmeras dificuldades de infraestrutura, tempo de preparação, apoio institucional, há a dificuldade em relação os próprios estudantes que muitas vezes não demonstram a autonomia desejada para participar de práticas que fogem do modelo tradicional. Dessa forma, pensando em possibilidades de uma incorporação suave de práticas pedagógicas inovadoras em contextos que não costumam explorar tais práticas, este trabalho tem o objetivo de propor uma organização de Feira de Ciências sob a perspectiva da abordagem Maker, uma abordagem educacional recente no cenário brasileiro que encoraja a criatividade e a resolução de problemas por meio do uso de tecnologias digitais e ferramentas comuns. Para isso, a partir da análise de conteúdo proposta por Bardin (2010), foi realizada uma revisão bibliográfica abrangendo 22 artigos, resultando em 10 categorias identificadas como potencialmente relevantes para comparar abordagens pedagógicas e estruturar atividades Maker nas escolas: Foco Principal, Teoria do Aprendizado, Desenvolvimento de Habilidades, Abordagem para Problemas, Integração de Tecnologia, Colaboração e Compartilhamento, Importância Pessoal, Exploração de Materiais, Inovação e Criatividade e Aplicação na Feira de Ciências. Os resultados apontam para um possível caminho organizacional em um plano de Feira de Ciências voltado para o aprendizado interdisciplinar das Ciências da Natureza. Esse plano inclui sugestões de atividades experimentais, ferramentas de avaliação e leituras recomendadas para aprofundar a compreensão do tema. A perspectiva Maker oferece uma abordagem inovadora para a organização de Feiras de Ciências, incentivando a participação ativa dos alunos, a colaboração, o uso criativo da tecnologia e a resolução prática de problemas. Ao adotar essa abordagem, as Feiras de Ciências podem se tornar espaços de aprendizado dinâmicos e envolventes, nos quais os alunos têm a oportunidade de explorar e aplicar conceitos científicos de maneira prática e significativa.