Iniciativas recentes apontam a importância de geografias que considerem as infâncias. Neste sentido, as formas de vivência espacial vêm sendo cada vez mais difundidas, num processo que contribui significativamente para a compreensão das dimensões socioculturais dos espaços da cidade. Esse movimento dialoga com a produção de sentidos ao considerar múltiplos contextos. Operamos com a ideia de que o espaço geográfico implica os estudos do meio, da paisagem, das relações econômicas e sociais a partir das inserções cotidianas dos estudantes. Este campo guarda uma relação muito próxima com a história. O trabalho de campo, aqui denominado de expedição foi realizado com 60 crianças do quinto ano de escolaridade do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ e pode ser exemplificado através de quatro vetores: o reconhecimento dos povos africanos e indígenas brasileiros como criadores de cultura, a caracterização do espaço urbano local e as construções de diferentes periodizações históricas, o estudo caracterizar dos modelos econômicos vigentes e a valorização da memória e resistência histórica dos descendentes de africanos e de povos indígenas. Os resultados da proposta indicam que para uma prática educativa seja calcada em uma lógica espacial multiescalar é necessário romper com o movimento cartesiano que parte do espaço próximo para o mais distante.