Este trabalho estuda articulações entre os tempos líquido-modernos e a didática na educação superior brasileira. Para tanto, considera modernidade líquida como expressão identificadora do contexto histórico-cultural atual, marcado pela mercantilização indiscriminada de bens, serviços e práticas sociais. Ademais, o texto indica que a expansão indiscriminada da educação à distância evidencia um intenso processo de mercantilização que fragiliza a docência na educação superior. Nesse sentido, o presente texto busca contribuir para com respostas às seguintes questões: quais aspectos da modernidade líquida se expressam com a expansão mercantilizada da educação à distância no contexto da educação superior brasileira? E quais as implicações desses aspectos para a didática no ensino superior? O estudo objetiva analisar implicações da modernidade líquida para a educação superior brasileira e, especificamente, explorar tensões para a didática nesse segmento educacional. Desse modo, a investigação vale-se de revisão bibliográfica de livros e artigos relacionados à temática, assim como análise documental da legislação e outros documentos oficiais pertinentes à educação superior no país. Em termos teóricos, o texto fundamenta-se na hermenêutica sociológica crítica de Zygmunt Bauman. Os resultados parciais apontam que a expansão mercantil de cursos na modalidade virtual fragiliza a docência universitária, tendo em vista o número de estudantes matriculados sob responsabilidade de um mesmo professor e a utilização de materiais didáticos prontos ou pré-formatados, elementos que configuram a didática de forma tecnicista e instrumental. Tais apontamentos sugerem a urgência de alterações em políticas de avaliação da educação superior com vistas a regular a expansão mencionada.