Esse estudo tem como referência parte de uma pesquisa cujo foco é investigar a ocupação do espaço com representações geométricas construídas pelos povos antigos que habitaram a Amazônia Ocidental acerca de dois milênios, trazendo contribuições para o planejamento do componente curricular Prática de Ensino, presente no currículo da formação de professores de matemática. Os desenhos esculpidos na terra, para os quais os Paleontólogos e Arqueólogos que os observaram e realizaram os primeiros registros chamaram de Geoglifos, são constituídos de polígonos inscritos e circunscritos nos quais pode-se ver retângulos, quadrados, losangos, círculos e semicírculos. A base teórica são estudos desenvolvidos sobre História da Matemática, Etnomatemática e Cultura e os procedimentos metodológicos tiveram por base elementos exploratórios de caráter interpretativo qualitativo e quantitativo. Os materiais utilizados para a medição nas visitas realizadas em parte dos sítios arqueológicos foram uma trena e a observação de imagens do programa Google Earth, nos quais verificou-se se essas estruturas são representações com características de figuras geométricas conforme conceituadas na literatura. A leitura e os dados experimentais produzidos durante a visita in loco apontaram indícios de que os Geoglifos visitados foram construídos a partir de ideias sobre representações de figuras geométricas, o que permitiu inferir que os povos antigos, realizadores dessa engenharia, dominavam um pensamento geométrico latente, e podem ter usado formas alternativas de medições disponíveis na floresta.