Neste painel, apresentamos três pesquisas que têm em seu bojo a discussão sobre alfabetização, apoiadas nas investigações psicogenéticas iniciadas por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985). Cada um dos textos compartilha situações específicas de pesquisa, vinculadas ao ensino e aprendizagem da leitura e da escrita de crianças na Educação Infantil, 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Trata de reflexões que reconhecem a alfabetização como um processo de apropriação das culturas do escrito. As três produções apoiam-se na perspectiva construtivista psicogenética e discutem questões fundamentais para a reflexão sobre ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. O primeiro texto analisa como alfabetização e ludicidade se articulam nos programas nacionais de formação de professores alfabetizadores, instituídos pelo governo federal desde os anos 2000. Analisa os conceitos de alfabetização e ludicidade que apoiam as propostas de cada programa. O segundo texto refere-se a uma pesquisa exploratória que busca compreender as soluções das crianças em processo de apropriação da escrita para representar a nasalidade vocálica. Quais desafios enfrentam quando precisam escrever palavras com vogais nasais e nasalizadas e que interpretações fazem de suas próprias produções. O terceiro texto analisa como os educadores dos grupos de 5 e 6 anos concebem a aproximação entre as culturas da infância e do escrito, no contexto da Educação Infantil. Evidencia incertezas dos educadores quanto a alfabetização nesse segmento de ensino, e elucida, ainda, diferentes concepções de alfabetização entre este e outros segmentos, o que corrobora para atenuar uma cisão entre as culturas infantis e do escrito.