Embora a educação seja considerada uma das bases que contribui para uma convivência justa na sociedade, o ambiente escolar, muitas vezes, é concebido como um espaço de manutenção do racismo estrutural (ALMEIDA, 2019). Assumir que ações discriminatórias contra pessoas negras são grandes obstáculos para o pertencimento identitário do(a)s brasileiro(a)s é indispensável para que se proponham pedagogias antirracistas nas escolas e nas universidades (MIRANDA, 2018). Este trabalho, fruto do subprojeto “Afro-brasilidade e afro-hispanismo na escola: rotas para uma pedagogia antirracista” (UFRRJ/IM), sob a orientação dos Profs. Drs. Viviane Antunes e Rafael Lázaro, apresenta propostas e vivências didático-pedagógicas em uma turma de 2° ano do Ensino Médio, do C. E. São Jorge (N. Iguaçu, RJ), no âmbito do Ensino de Espanhol. Trata-se de um relato de experiência, de caráter qualitativo, que almeja apresentar o conceito de afrogênese (WALKER, 2018) como via de decolonialidade (WALSH, 2019) e ressaltar a importância do letramento racial na formação de professores como eixo de valorização e potencialização de identidades (FERREIRA e GOMES, 2019). Os resultados nos levam a reconhecer de que forma o racismo estrutural dificulta o pertencimento identitário e como nossas práticas como futuros professores de línguas podem ser relevantes ao processo de ruptura de colonialidades.