Os Estágios Curriculares sempre estiveram presentes em discussões sobre formação de professores e sob aspectos e enfoques diferenciados, são tratados nas pesquisas como um espaço privilegiado ou um momento importante de formação, por promover contato mais direto com práticas docentes em ambientes escolares. Por outro lado, os resultados de tais pesquisas também indicam inúmeras críticas à forma como os EC são organizados e desenvolvidos, pois em muitas instituições formadoras, sua realização aproxima-se mais do cumprimento de um protocolo burocrático do que de ações que mobilizem a aprendizagem da docência daqueles que estão em processo de formação inicial. Através do entrelaçamento de minhas memórias sobre a prática profissional e minha trajetória formativa, consigo observar que atualmente o ensino de química e a formação dos professores ainda acontecem de forma muito enraizada na racionalidade técnica. Com abordagem qualitativa, este trabalho se desenvolveu no âmbito da pesquisa narrativa autobiográfica. Para análise, assumo a metodologia da análise textual discursiva. Do processo analítico, emergem três categorias de discussão: i) a constituição da prática docente em química; ii) a relação teoria-prática e iii) o trabalho docente nas escolas para a educação química. Um contexto formativo em uma proposta colaborativa, envolvendo os três personagens da formação docente, é um território propício para a aprendizagem da docência. Ressalta-se que o elo entre teoria e prática é uma alternativa para desenvolver profissionais críticos e reflexivos, com aulas mais dinâmicas, e formar futuros professores dispostos a refletir sobre suas práxis de forma contínua e permanente.