Por um longo período de tempo as pessoas surdas foram marginalizadas da sociedade e da educação, constantemente desumanizadas por não conseguirem se comunicar oralmente e, claro, por não compreenderem o que era dito. Embora muitos avanços significativos tenham ocorrido nos últimos 50 anos, ainda é um grande desafio para os professores, especialmente para aqueles de ciências da natureza, planejar aulas e atividades que consigam incluir os alunos surdos. Este trabalho visa apresentar e discutir meios para que as aulas de química possam se tornar mais inclusivas para pessoas surdas através de atividades experimentais, escritas e lúdicas que valorizem elementos visuais. Esta pesquisa se trata de um relato de experiência em uma turma de ensino médio realizada durante um estágio e o principal método utilizado para coleta de dados foi a pesquisa bibliográfica através de uma revisão sistemática dos principais autores brasileiros que falam sobre o tema, além das observações semiestruturadas feitas em sala de aula. Durante o processo, foi possível observar uma carência de sinais específicos para a química, além de uma melhora significativa no desempenho dos alunos surdos após o uso de diferentes materiais de aula pensados para eles, concomitantemente a uma maior facilidade para o professor avaliar o aprendizado destes alunos. Além disso, foi possível adquirir algumas pistas sobre a relação ideal entre o professor, aluno surdo e o intérprete. Os resultados obtidos sugerem que as aulas visuais são mais eficientes para o aprendizado do aluno surdo e indicam caminhos para um ensino mais inclusivo.