Este artigo é resultado das reflexões tecidas no componente curricular Linguagem e Ensino: fundamentos para as pesquisas em Educação em Ciências e Matemática do Curso de Doutorado do Programa de Educação Científica e Formação de Professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em Jequié. Conforme estudiosos, a linguagem e a comunicação são elementos fundamentais no processo de organização da vida em sociedade, na elaboração de valores éticos, culturais, construção de conhecimento científico, desenvolvimento intelectual e humano. Conforme pontua Lemke (1977) fazer ciência, ensinar, construir conhecimento científico implica em ações como: observar, descrever, comparar, classificar, analisar, discutir, levantar hipóteses, teorizar, questionar, desafiar, argumentar, sugerir procedimentos, julgar, avaliar, decidir, concluir, generalizar, informar, escrever, ler, de modo que o uso da linguagem das Ciências deve ser colocada de maneira a propiciar habilidades relacionadas à compreensão, domínio do conteúdo e da prática pedagógica. Uma práxis dialógica é basilar para uma educação em ciência com domínio dos conceitos, contextualização e problematização dos conhecimentos frente as tensões/ questões emergentes da realidade sócio-histórica de cada pessoa. A problematização em Paulo Freire envolve o reconhecimento das contradições e antagonismos da sociedade na qual o sujeito assume seu papel frente à realidade como agente transformador construindo um diálogo crítico, significativo e libertador ao contrário da educação bancária que tem um sentido alienador e impositivo (FREIRE, 1996). Com base em tais percepções/constatações e questões que circundam a relação linguagem e ensino de ciências, este ensaio teórico tem como objetivos: discutir a relação linguagem e ensino, pontuar tensões, propor rupturas e possibilidades para o desenvolvimento das aprendizagens. Em suma, vislumbramos elaborar novas reflexões e contribuir com os estudos com recorte para relação linguagem/ensino/aprendizagem e Ensino de Ciências.