Neste trabalho, pretende-se traçar relações entre os processos de identidade dos povos originários e dos afrodescendentes brasileiros, considerando que ambos os grupos, de formas diferentes, tiveram suas identidades romantizadas e diminuídas durante a história. Nesse sentido, é necessário também discutir as formas de resistência de tais povos, como se deram suas formas de lutas coletivas e quais caminhos as vozes dessas pessoas percorreram até serem ouvidas. Para isso, serão analisadas e comparadas a música “Originária”, da rapper Brisa Flow, e o slam “Eu sou a menina que nasceu sem cor…”, da slammer Midria. Considerando que a educação tem corresponsabilidade em trazer tais discussões e reflexões para dentro da sala de aula, com o objetivo de ampliar as referências culturais nacionais, provocar o olhar e os sentidos do que é e de quem faz poesia e arte, finaliza-se então o trabalho com a peça chave: uma proposta de sequência didática pensada para o terceiro ano do Ensino Médio, que terá por base as discussões levantadas a partir da música "Originária" e do slam "Eu sou a menina que nasceu sem cor…". A sequência reunirá os aspectos que permeiam e conectam as duas obras, mas também visará atender e romper o horizonte de expectativa dos estudantes, buscando ainda aguçar o seu olhar crítico por meio de análises que coloquem em diálogo conteúdos e imagens das obras com a realidade vivenciada pelos estudantes. A base teórica do trabalho utiliza postulados de D’Alva (2017) e Fiorin (2009), dentre outras referências.