Atualmente, tem sido designado pelos documentos norteadores da Educação Básica que a formação do aluno deve ocorrer a partir de uma abordagem contextual, interdisciplinar e inclusiva, tanto do ponto de vista social, como tecnológico e ambiental, possibilitando uma formação para a cidadania. Com base nesse argumento, algumas questões são colocadas em discussão: (1) O que significa Ensino de Química para formar o cidadão? (2) Como tem sido discutida a relação entre educação, autonomia e cidadania? (3) Se as escolas vivem atualmente uma crise, como elas podem ajudar as universidades a formar professores? Em nossa visão, tais questões são relevantes para os propósitos deste trabalho e requerem alguns desdobramentos. Trata-se de pensarmos em uma política pública educacional a serviço da formação de professores de Química para que certos objetivos educacionais sejam alcançados, caso contrário, os problemas persistirão. Assim, este trabalho visa apresentar alguns aspectos históricos, teóricos e metodológicos que envolvem a práxis de um Ensino de Química voltado para a cidadania, considerando como enfoque teórico algumas estratégias metodológicas. Entre elas, destacam-se: (1) Contextualização e interdisciplinaridade no Ensino de Química; (2) Ciência, Tecnologia e Sociedade no Ensino de Química; (3) História e Filosofia da Ciência no Ensino de Química; (4) Educação para as virtudes intelectuais como a autonomia e (5) Educação em direitos humanos. Esta pesquisa é teórica reflexiva, baseada na análise e na revisão crítica da literatura. Todo o nosso caminho argumentativo visou explorar abordagens significativas que possam contribuir para uma sociedade mais democrática. Neste cenário, sustentamos que ser cidadão é ter direitos e deveres. Tal perspectiva remete ao direito principal, à vida, à liberdade; o dever principal de ser partícipe, ou seja, de participar dos processos de construção de uma sociedade democrática. Isso implica que educar para a cidadania é educar para a democracia.