O ensino da Química frequentemente se mostra descolado da realidade e grande parte dos conteúdos não estimulam reflexão crítica por parte do alunado pela forma como são abordados em sala de aula. Portanto, o processo de ensino aprendizagem se dá, majoritariamente, pela educação bancária, como elucidou Paulo Freire. Diante disso, e objetivando romper essa estrutura convencional de ensino, o tema do tratamento de água foi trabalhado em uma sala de aula de 1° ano da escola E.E.E.M Professor Orlando Cavalcanti Gomes. A partir desse tema gerador os alunos foram instigados a refletir sobre conceitos e fenômenos químicos e sobre algumas relações estruturais de nossa sociedade, especificamente o racismo ambiental. Foram realizadas três aulas. A primeira sendo sobre o funcionamento de uma ETA (Estação de Tratamento de Água), a segunda foi realizado um debate sobre racismo estrutural a partir de uma roda de conversa, levando em consideração que a maioria dos estudantes sendo moradores de periferia tem experiências para dividir com a turma e contribuindo assim para a construção do debate. A terceira foi um experimento de tratamento de água em sala de aula, simulando assim um ETA caseira utilizando materiais alternativos. Acreditamos que com esse projeto, os objetivos esperados foram alcançados uma vez que houve ampla participação e interesse dos alunos pelos temas abordados e percebeu-se que os alunos refletiram criticamente acerca de suas vivências.