AO PARTIR DE LUANDA PARA LISBOA EM BUSCA DE CIRURGIA REPARADORA PARA O CALCANHAR DO FILHO AQUILES, CARTOLA DEPARA-SE COM UMA REALIDADE BASTANTE DISTINTA DA IDEIA QUE CULTIVARA ACERCA DA VIDA NA CAPITAL PORTUGUESA. SEU DESAPONTAMENTO DEVE-SE ? INEFIC?CIA DAS V?RIAS CIRURGIAS DO FILHO, AO DESPREZO COM QUE ? TRATADO PELO SUPOSTO AMIGO NOS TEMPOS DE ANGOLA, SOMADOS ?S M?S CONDI??ES DO TRABALHO NA CONSTRU??O CIVIL E ? POBREZA EXPRESSA PELA FOME E MORADIA PREC?RIA. NA LUTA PELA SOBREVIV?NCIA, CARTOLA E AQUILES ENCONTRAM ACOLHIMENTO EM PARA?SO, UM BAIRRO NA PERIFERIA DE LISBOA, ONDE RECOME?AM UMA NOVA VIDA AO LADO DO GALEGO PEPE E SEU FILHO: QUATRO INADAPTADOS. CARTOLA, POR?M, CONTINUA LIGADO A SEU LUGAR DE ORIGEM, REPRESENTADO PELA ESPOSA QUE ENVIA CARTAS COM LISTAS DE ENCOMENDAS QUE PODEM CARACTERIZAR OS INTERESSES DAS MULHERES ANGOLANAS. O PRESENTE ARTIGO TEM POR OBJETIVO ANALISAR A REPRESENTA??O DA (DES/RE)TERRITORIALIZA??O NO ROMANCE LUANDA, LISBOA, PARA?SO, DE DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIDA. ? LUZ DE CONCEITOS COMO DIALOGISMO E EXTERIORIDADE, POSTULADOS POR MIKHAIL BAKHTIN, INVESTIGA-SE COMO A TRAJET?RIA DE CARTOLA, QUE ABANDONA UMA PRIMEIRA VIDA EM ANGOLA NA TENTATIVA DE RENASCER EM PORTUGAL, CONTRIBUI PARA REPENSAR CRITICAMENTE A NO??O DE N?O PERTENCIMENTO NO DEBATE P?S-COLONIAL.