ESTE TRABALHO DISCUTE A RELAÇÃO INTERSEMIÓTICA CONTIDA EM AS BOTAS DO SARGENTO (EDITORA QUETZAL, 2001) DE VASCO GRAÇA MOURA. NELA, O AUTOR FAZ UM DIÁLOGO INTERSEMIÓTICO, VOLTADO PARA O PÚBLICO INFANTOJUVENIL, COM AS PRINCIPAIS OBRAS DA ARTISTA PLÁSTICA PAULA REGO. O ESCRITOR PORTUGUÊS USA O PICTÓRICO COMO O PONTO DE PARTIDA E DE CHEGADA, CONTRADIZENDO UM LONGO DEBATE QUE APRESENTA A IMAGEM SUBORDINADA ÀS PALAVRAS OU QUE TRANSFORMA AS ARTES IRMÃS (LITERATURA E PINTURA) EM RIVAIS (LESSING 2011; LICHTENSTEIN, 2005; MITCHELL, 1984). ESTE ARTIGO PRETENDE, EM ESPECIAL, ANALISAR COMO VASCO GRAÇA MOURA, EM SEU CONTO SUPRACITADO, CONSTRÓI DUAS NARRATIVAS A PARTIR DAS PRODUÇÕES DE REGO: A VISUAL, AO SELECIONAR E ORDENAR OS QUADROS DA ARTISTA QUE “ILUSTRARÁ” VERBALMENTE, E A ESCRITA, O RESULTADO “FINAL” DA SUA CONSTRUÇÃO. ENTRE OS PONTOS QUE SERÃO EXPLANADOS, DESTACAM-SE: A LINGUAGEM ECFRÁSTICA (LOUVEL, 2012) QUE MOURA UTILIZA EM MUITOS MOMENTOS DA SUA ESCRITA AO DIALOGAR COM AS SETE TELAS DE REGO; A ATUALIZAÇÃO DO GÊNERO HISTÓRICO AO REESCREVER A HISTÓRIA PELA VISÃO FEMININA (BERGER, 2005; KENT, 2004) E O ESTILO PARÓDICO DO UNIVERSO REGUIANO (HUTCHEON, 1991). PARA TANTO, PROPÕE-SE A INVESTIGAÇÃO TANTO DO ENREDO QUANTO DO PARATEXTO O MUNDO DE PAULA REGO, PRESENTE TAMBÉM NO LIVRO.