HÉLIA CORREIA É UM NOME DA FICÇÃO PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA QUE POSSUI UMA OBRA ALENTADA. EM MEIO À EXPRESSIVIDADE DE SEU TRABALHO FICCIONAL, ESTA COMUNICAÇÃO TEM POR OBJETIVO ANALISAR A RELAÇÃO ENTRE O DISCURSO LITERÁRIO E O DISCURSO HISTÓRICO A PARTIR DE UMA DE SUAS MAIS ACLAMADAS NARRATIVAS: A CASA ETERNA (1991). COM BASE NOS ESTUDOS DE BOILEAU-NARCEJAC (1991), MAGALHÃES (1995), FIGUEIREDO (1999) E OUTROS RENOMADOS ENSAÍSTAS, PRIVILEGIAMOS A NOSSA LEITURA SEGUNDO AQUILO QUE ACREDITAMOS SER UM PROCESSO DE SUBVERSÃO DO MODELO DA NARRATIVA POLICIAL. ESTA EXPRESSÃO ROMANESCA, CONSOLIDADA NO SÉCULO XIX POR EDGAR ALLAN POE, ENCONTRA UMA MAIOR DIFUSÃO NA LITERATURA PORTUGUESA DO SÉCULO XX, CONFORME NOS LEMBRA CUNHA (2002). ADEMAIS, SUBVERTER O MODELO DO ROMANCE POLICIAL ACABA POR EVIDENCIAR UM TRAÇO CONSTANTE NA OBRA DE HÉLIA CORREIA: O RECORRENTE USO DA INTERTEXTUALIDADE NA COMPOSIÇÃO DE NARRATIVAS QUE PROPÕEM UMA RELEITURA CRÍTICA E ESTÉTICA DE DISCURSOS ANTERIORMENTE PRODUZIDOS, RESULTANDO EM UMA PRODUÇÃO COMPROMISSADA EM MANTER O DIÁLOGO COM A MEMÓRIA DA TRADIÇÃO, JÁ APONTADA NO ESTUDO DE GUERREIRO (2010), SEM ESQUECER DE PROCURAR PARA SI A SUA FORMA DE NARRAR. SENDO ASSIM, PRETENDEMOS CONDUZIR A NOSSA LEITURA DE MANEIRA A INTERROGAR COMO, ATRAVÉS DA INTERTEXTUALIDADE ESTABELECIDA COM O ROMANCE POLICIAL, HÉLIA CORREIA FAZ DA PALAVRA LITERÁRIA, OBJETO ESTÉTICO, UM MODO DE COMPROMISSO ÉTICO COM OS SILENCIADOS DA HISTÓRIA; BUSCANDO, TAMBÉM, CONTRIBUIR PARA A CRÍTICA E A DIVULGAÇÃO DA OBRA DE UMA DAS MAIS INSTIGANTES VOZES DA LITERATURA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA.