A ANTOLOGIA DO CONTO FANTÁSTICO PORTUGUÊS É UMA PUBLICAÇÃO PIONEIRA, POR COMPILAR CERCA DE TRÊS DEZENAS DE NARRATIVAS PORTUGUESAS DOS SÉCULOS XIX E XX. COMO PARATEXTO, A PRIMEIRA EDIÇÃO (LISBOA: EDIÇÕES AFRODITE, 1967) TRAZ UMA SUCINTA NOTA DO EDITOR FERNANDO RIBEIRO DE MELLO; ENQUANTO A SEGUNDA EDIÇÃO (LISBOA: EDIÇÕES AFRODITE, 1974) APRESENTA UMA INTRODUÇÃO DE ERNESTO MANUEL DE MELO E CASTRO. PRIMEIRAMENTE, OBJETIVA-SE, NESTA INTERVENÇÃO, COMPREENDER COMO ESTES DOIS AUTORES DEFINEM O FANTÁSTICO E, EM SEGUIDA, SERÃO PROBLEMATIZADAS ALGUMAS DESTAS CONSIDERAÇÕES, À LUZ DE REFERENCIAIS TEÓRICOS DIVERSOS, COMO H. P. LOVECRAFT (2007) E TZVETAN TODOROV (2014), CITADOS POR MELO E CASTRO. É OBJETIVO SECUNDÁRIO ENTENDER ALGUMAS DAS PARTICULARIDADES DO CONTO FANTÁSTICO NO CONTEXTO PORTUGUÊS, PRINCIPALMENTE O DO SÉCULO XIX. PARA ISSO, TAMBÉM SERÃO UTILIZADAS AS CONSIDERAÇÕES DE OUTROS AUTORES, COMO MASSAUD MOISÉS (1985) E JOÃO GASPAR SIMÕES (1987). A PARTIR DA ANÁLISE DOS TEXTOS DE MELLO (1967) E DE MELO E CASTRO (1974), VERIFICA-SE QUE O PRIMEIRO, APESAR DE CONSIDERAR AMPLO SEU CRITÉRIO DE SELEÇÃO, ENFATIZA O INSÓLITO, UMA TENDÊNCIA QUE VEM SENDO VALORIZADA EM ESTUDOS RECENTES SOBRE A LITERATURA FANTÁSTICA, ISTO É, A COMPREENSÃO DO FANTÁSTICO PELO VIÉS DO INSÓLITO FICCIONAL (GARCÍA, 2012). POR SUA VEZ, O SEGUNDO AINDA QUE TENTE SE ALINHAR À TEORIA TODOROVIANA, VAI ALÉM DO POSTULADO DO PESQUISADOR BÚLGARO E ELENCA, DE FORMA PANORÂMICA, ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO CONTO FANTÁSTICO PORTUGUÊS. CONCLUI-SE, ASSIM, QUE É PRECISO ADMITIR A PLURALIDADE DA LITERATURA FANTÁSTICA, DE MODO A CONSIDERAR POSSIBILIDADES DE LEITURAS DE TEXTOS QUE, MUITAS VEZES, NÃO SÃO CONTEMPLADOS EM DETERMINADAS TEORIAS.